As disfunções temporomandibulares (DTMs) podem ser classificadas como alterações que acometem a articulação temporomandibular, os músculos mastigatórios e as estruturas associadas, dividindo-se em dois grandes grupos: as DTMs de origem muscular e de origem articular, sendo a dor miofascial, de origem muscular, mais frequente. Apesar dos estudos existentes, a etiologia e o tratamento dessas alterações ainda não foram totalmente esclarecidos, e, dentre as modalidades de tratamento, tem sido discutido o uso de toxina botulínica tipo A (TXA) para manejo da dor miofascial. Assim, o objetivo desse estudo é fazer uma revisão da literatura sobre a efetividade da utilização da TXA para o tratamento de dor miofascial. Realizou-se um levantamento nas bases de dados PubMed e SciELO utilizando os descritores “Botulinum Toxin”, “Temporomandibular” e “Myofascial Pain”, no período de 2012 a 2022. Foram encontrados 167 artigos, mas apenas 11 obedeceram aos critérios de inclusão estabelecidos. Observou-se que a utilização de TXA para o tratamento de dor miofascial mostrou-se, na maioria dos estudos, igualmente efetivo quando comparada com outros métodos de tratamentos menos invasivos e com menos efeitos adversos conhecidos. Ademais, a alta diversidade metodológica entre os estudos dificultou comparação entre os resultados. Portanto, são necessários mais ensaios clínicos randomizados controlados de alto rigor metodológico e com acompanhamento a longo prazo para suportar a indicação de TXA no tratamento de dor miofascial relacionada a DTM.