Mariana PassosMestre em Odontopediatria pela UFRJ Doutoranda em Saúde Coletiva pela UFRJ
Rodrigo Jan ArkaderMestre em Odontopediatria pela UERJ Professor da FO/Unesa Sérgio Weyne Doutor em Odontologia pela UFRJ Professor Titular da FO/Unesa Professor Adjunto IV da UFF
ResumoO modelo cirúrgico-restaurador, que resulta no ciclo restaurador repetitivo e culmina com a perda dos elementos dentais, ainda é praticado por grande parte dos profissionais e estudantes de Odontologia. Apesar de alguns aconselhamentos sobre higiene bucal serem realizados mecanicamente, o fato é que a prática se distancia dos conceitos. A inexistência de protocolos clínicos voltados para o controle do processo saúde-doença e ainda a multifatoriedade da mesma talvez expliquem esta constatação. Por este motivo, o objetivo deste trabalho é sugerir um modelo de protocolo clínico que auxiliará na sistematização e padronização do atendimento, visando avaliar e controlar o processo saúde-doença cárie.Palavras-chave: protocolo; doença; cárie.
AbstRActThe surgical-restorative model, which results in repetitive restorative cycle and culminates with the loss of dental elements, is still practiced by many professionals and dental students. Although some advices on oral hygiene are performed mechanically, the fact is that the practice is really distant from the concepts.
Clinical protocol to evaluate and control the health-caries disease process
IntroduçãoA pesar da movimentação acadêmica voltada para conceituar e tentar controlar a doença cárie, percebe-se um distanciamento entre o que é dito em congressos e salas de aula e o que de fato acontece nas clí-nicas das universidades (com modelos retrógrados voltados para a produção de um número x de restaurações, exodontias, endodontias e próteses) e nos consultórios (1). O modelo cirúrgico-restaurador, no qual o dentista conta as lesões e semanalmente as restaura, ainda é praticado pela maior parte dos profissionais. É provável que alguns aconselhamentos sobre higiene bucal sejam feitos mecanicamente, mas o fato é que a prática se afasta dos conceitos. Talvez isto possa ser explicado pela inexistência de protocolos e guias clínicos organizados que orientem o dentista sobre como de fato lidar com a doença cárie (2). Outra hipótese seria a multifatoriedade da doença que dificulta a identificação e abordagem dos fatores causais. Com este impasse, percebe--se uma parcela considerável da população, de nossos clientes de consultório, ainda com atividade de doença, com manifestações clínicas nas mais diferentes fases de desenvolvimento da lesão muitas vezes já mutilados e inseridos no ciclo restaurador repetitivo (3).Desta forma, como colocar em prática um modelo de diagnóstico, de controle do processo saúde x doença, tratamento e acompanhamento da doença cárie, considerando seus múltiplos aspectos? Uma das sugestões seria a implantação de um protocolo clínico, que auxiliará na sistematização e padronização do atendimento. Assim sendo, o objetivo deste trabalho é sugerir um modelo de protocolo clínico que auxiliar...