1999
DOI: 10.1590/s0102-69091999000300006
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Associativismo e contato político nas regiões metropolitanas do Brasil: 1988-1996. Revisitando o problema da participação

Abstract: IntroduçãoA dicotomia entre a participação política e a igualdade política, segundo Lijphart (1997), exprime um paradoxo, uma vez que os dois conceitos seriam, em tese, intrínsecos um ao outro. Contudo, a participação política é muito desigual entre os cidadãos, apresentando os seguintes dilemas: como conjugar a baixa participação política à existência de democracia plena? Como resolver o dilema democrático da desigualdade participativa?A representação política dos cidadãos, seja pelo voto ou por meio dos movi… Show more

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“…Este ponto é muito relevante porque reflete apatia da população e descrença na eficácia da participação e do engajamento cívico. Com efeito, estudiosos do tema, como Santos Júnior, Ribeiro e Azevedo (2004), Ribeiro e Santos Júnior (2003), Santos Júnior, (2001), Ferreira (1999) e outros, têm apontado que no Brasil a taxa de participação política e associativa foi e continua sendo muito baixa, não obstante a democratização, o aperfeiçoamento do sistema eleitoral e a conquista de tantos espaços públicos de interação e deliberação. Ao comparar dados do IBGE de 1988 com os de 1998, Ferreira mostra que praticamente não houve variação nesse período, mantendo-se os percentuais de afiliação próximos aos de 1998, que eram os seguintes: 6 associação de empregados -1,9%; associação de bairro -2,5%; partido político -2,9%; associação religiosa -5,0%; associação esportiva ou cultural -10,0%; sindicato -15,7%, sendo que este percentual mais alto pode ser atribuído aos benefícios que outorgam os sindicatos (Ferreira, 1999).…”
Section: A Dimensão Associativaunclassified
“…Este ponto é muito relevante porque reflete apatia da população e descrença na eficácia da participação e do engajamento cívico. Com efeito, estudiosos do tema, como Santos Júnior, Ribeiro e Azevedo (2004), Ribeiro e Santos Júnior (2003), Santos Júnior, (2001), Ferreira (1999) e outros, têm apontado que no Brasil a taxa de participação política e associativa foi e continua sendo muito baixa, não obstante a democratização, o aperfeiçoamento do sistema eleitoral e a conquista de tantos espaços públicos de interação e deliberação. Ao comparar dados do IBGE de 1988 com os de 1998, Ferreira mostra que praticamente não houve variação nesse período, mantendo-se os percentuais de afiliação próximos aos de 1998, que eram os seguintes: 6 associação de empregados -1,9%; associação de bairro -2,5%; partido político -2,9%; associação religiosa -5,0%; associação esportiva ou cultural -10,0%; sindicato -15,7%, sendo que este percentual mais alto pode ser atribuído aos benefícios que outorgam os sindicatos (Ferreira, 1999).…”
Section: A Dimensão Associativaunclassified
“…No caso do associativismo, por exemplo, se alguns estudos apontam um processo de crescimento e de pluralização a partir dos anos de 1970 (AVRITZER, 1997), outros estudos, como o de Ferreira (1999) questionam qualquer relação entre o aumento do número de associações e o aumento, ou o incremento da participação política entre os brasileiros, na medida em que permanece muito baixa a taxa de filiação associativa (menores que 5%).…”
unclassified
“…Grosso modo, o que esses estudos indicam é que, apesar do crescimento e da complexificação dos repertórios de participação no Brasil, nossa sociedade continua apresentando baixos percentuais de participação política, e que podem ser explicados, entre outros, pela manutenção de uma "cultura cívica predatória" (FERREIRA, 1999).…”
unclassified
“…Em contraste, os anos 90 são marcados, segundo alguns autores (Santos, 1994(Santos, e 1998Gohn, 1995;Ferreira, 1999), pela redução das manifestações populares, comuns nas décadas anteriores. Estes autores associam tal comportamento a perda de seu alvo principal, o Regime Militar, e a crise de militância, de participação e de legitimidade junto à própria população.…”
Section: Movimentos Sociais No Brasilunclassified