Atenção à Saúde do bebê na Rede Cegonha: um diálogo com a teoria de Winnicott sobre as especificidades do desenvolvimento emocional

Abstract

Resumo O Ministério da Saúde instituiu, em 2011, a Rede Cegonha através da Portaria no 1.459, visando assegurar um atendimento integral e integrado, da gestação até os 24 meses de vida do bebê. A partir desse importante avanço, este artigo tem como objetivo promover uma análise crítica da Portaria da Rede Cegonha a partir de um diálogo com a teoria do amadurecimento pessoal de Winnicott. Os resultados são apresentados a partir de quatro eixos norteadores: Características integradoras do cuidado, em que discutimos características da Rede Cegonha favorecedoras de um cuidado integrador; Cuidar do cuidador, em que salientamos a possibilidade de essa rede colaborar com a sustentação da dupla mãe-bebê; Especificidades do cuidado à saúde materno-infantil, em que atentamos às especificidades do processo de desenvolvimento emocional inicial; e Ética do cuidado, em que destacamos a necessidade de uma postura ética implicada no cuidado. Este artigo indicou as potencialidades e fragilidades da Rede Cegonha, trazendo novas proposições, que visem aprimorar a atenção à saúde materno-infantil, sobretudo nos dois primeiros anos de vida. Por fim, salientamos que apesar de a portaria não garantir como o cuidado é operacionalizado, reiteramos o importante potencial que a Rede Cegonha possui para um cuidado integrador na atenção à saúde materno-infantil.

Boas práticas na assistência ao parto e nascimento em maternidade pública

“…A presença do acompanhante de livre escolha da mulher é reconhecida como uma das ações a ser aderida para as boas práticas na atenção ao parto normal, assegurada no Brasil pela Lei 11.108,6 que a garante como um direito da parturiente. Esta se constitui como uma estratégia do Ministério da Saúde com a finalidade de estruturar e organizar a atenção à saúde materno-infantil no País, tendo em vista a implementação de uma rede de cuidados que contemple o direito ao planejamento reprodutivo e à atenção humanizada à gravidez, ao parto e ao puerpério (Esswein et al,2021).…”

Implementação Do Projeto Apiceon: Desenvolvimento E Prática Do Enfermeiro

“…O objetivo é disparar movimentos para mudanças nos modelos tradicionais de formação, atenção e gestão, junto a estas instituições, por se apresentarem como espaços definidores do modo como se consolida o aprendizado de práticas e a incorporação de modelos de cuidado, especialmente, na modalidade residência. Apresenta como propósito a ampliação de atuação dos hospitais Sistema Único de Saúde (SUS), bem como reformular e aprimorar o processo de trabalho e adequar o acesso cobertura e qualidade do cuidado (Esswein et al, 2021;Mendes & Rattner., 2020).…”

“…Na proposta de humanização da saúde materno-infantil, a unidade hospitalar deve receber a mulher, seus familiares e recém-nascidos com dignidade, ética e solidariedade em um ambiente acolhedor e com tomada de decisões conjunta entre os profissionais, a mulher e a família, explicando as possibilidades das ações, sem que haja intervenções desnecessárias, evitando complicação para o binômio e família (Esswein et al, 2021).…”