Resumo O período de gestação da companheira exige uma série de adaptações por parte do pai, que precisa se preparar para os novos papéis que deverá assumir frente ao bebê e à sua nova família. Neste sentido, o presente trabalho teve por objetivo investigar como se dá o envolvimento paterno durante o 3º trimestre de gestação. Participaram deste estudo 35 pais que esperavam seu primeiro filho, com idades entre 21 e 40 anos. Os pais foram entrevistados individualmente e as suas respostas foram examinadas através de análise de conteúdo. Os resultados indicaram que muitos pais estiveram envolvidos de diversas maneiras durante a gestação de suas companheiras, mostrando-se emocionalmente conectados à gestante e ao bebê. No entanto, alguns pais ainda encontravam dificuldades quanto ao envolvimento com seu filho, parecendo não percebê-lo como real e apresentando uma baixa ligação emocional com a gestação. Estes dados apontam para indícios de uma modificação quanto à paternidade já no período da gestação, a qual se encontra cada vez menos restrita ao universo feminino. Palavras-chave: Envolvimento paterno; gestação; maternidade. Fathers Involvement during the Gestation AbstractThe gestational period requires a series of adaptations from the fathers side, who needs to prepare himself for the new role he will assume vis-à-vis the baby and his/her new family. The present study aimed at investigating fathers involvement during the third trimester of gestation. Thirty-five fathers, aged 21 to 40, who were expecting their first child, took part in the study. The fathers were interviewed individually and their answers were examined through content analysis. Results indicated that many fathers were involved in different ways during their partners pregnancy, being emotionally connected with the baby and their partner. However, some fathers still found difficulties concerning involvement with their child, seeming not to perceive him/her as real and showing low emotional connection with pregnancy. These data point to signs of change concerning fatherhood during pregnancy, which is increasingly less restricted to the feminine domain.
RESUMO.Na gravidez ocorrem mudanças biológicas, somáticas, psicológicas e sociais que influenciam a dinâmica psíquica individual e as demais relações sociais da gestante, e maneira como ela vive estas mudanças repercute intensamente na constituição da maternidade e na relação mãe-bebê. Assim sendo, o objetivo deste estudo foi investigar os sentimentos das gestantes sobre a maternidade, com destaque para a relação entre o período gestacional e a constituição da maternidade. Participaram do estudo 39 gestantes primíparas, entre 19 e 37 anos, no terceiro trimestre de gestação. A análise de conteúdo qualitativa das entrevistas mostrou que as gestantes passaram por importantes transformações corporais, pessoais e interpessoais durante a gestação e vivenciaram intensos sentimentos em relação ao tornar-se mãe. Os achados sugerem que na gestação o processo de constituição da maternidade está em intenso desenvolvimento, assim como o próprio exercício ativo do papel materno.
3 Embora o presente estudo trate do período da gestação e do feto, o termo bebê foi usado em grande parte do texto, por parecer mais adequado ao se referir ao signifi cado que a mãe atribui ao fi lho ainda no útero. O termo feto é mais utilizado na literatura médica, mas parece não expressar adequadamente os sentimentos e as representações sobre o fi lho. Contudo, em algumas situações específi cas fez-se necessário recorrer ao termo feto para não confundir o leitor. RESUMO -A relação da mãe com seu bebê vai se constituindo desde o período pré-natal, e é infl uenciada pelas expectativas que ela tem sobre o bebê e pela interação que estabelece com ele. Esta primeira relação serve de prelúdio para a relação mãe-bebê que se estabelece depois do nascimento. O objetivo deste estudo foi investigar as expectativas e os sentimentos das gestantes em relação ao bebê. Participaram 39 gestantes primíparas, no último trimestre de gestação, com idades entre 19 e 37 anos. As gestantes foram entrevistadas individualmente e as suas respostas foram examinadas através de análise de conteúdo. Os resultados indicaram que as mães procuram, já desde a gestação, oferecer mais identidade ao bebê, atribuindo-lhe expectativas e sentimentos quanto ao seu sexo, nome, características psicológicas, saúde, além de interagirem com ele. Isto parece reverter em um investimento importante à constituição psíquica do bebê, além de possibilitar o exercício da maternidade. Expectativas e Sentimentos da Gestante em Relação ao seu BebêPalavras-chave: gestação; expectativas; bebê. Pregnant Woman's Expectations and Feelings Regarding her BabyABSTRACT -The mother's relationship with her baby is constructed since the prenatal period and is infl uenced by her expectations regarding the baby and the interaction she establishes with him/her. This fi rst relationship serves as a prelude of the mother-infant relationship established after birth. The aim of this study was to investigate the pregnant women's expectations and feelings regarding the baby. Thirty-nine primiparous pregnant women, in the last trimester of gestation, aged 19 to 37, took part in this study. The pregnant women were individually interviewed and their answers were examined through content analysis. The results indicated that, since pregnancy, mothers try to give the baby more identity, holding expectations and feelings regarding his/her sex, name, psychological characteristics, health, besides interacting with him/her. This seems to constitute an important investment for the baby's psychic constitution, besides enabling mothering.Key words: pregnancy; expectations; baby.por isso, as expectativas formam a base da relação ( RaphaelLeff, 1991). As expectativas da mãe em relação ao bebê originam-se de seu próprio mundo interno, de suas relações passadas e suas necessidades conscientes e inconscientes relacionadas àquele bebê (Maldonado, 1997;Raphael-Leff, 1997;Soulé, 1987;Szejer & Stewart, 1997). Estas são mais freqüentes e intensas no segundo trimestre da gestação, que é o momento em que o feto...
The results point to the multi-determination of child behaviour problems.
RESUMO -O estudo investigou a transmissão intergeracional das práticas educativas parentais em 30 mães e 22 pais, cujo primeiro filho tinha 3 anos. Os participantes responderam a entrevistas sobre as práticas educativas recebidas dos genitores e as utilizadas com o filho. Análises quantitativa e de conteúdo foram realizadas, categorizando-se as práticas em indutivas, coercitivas e não interferência. Os resultados indicaram tanto a manutenção das práticas recebidas, sejam elas indutivas, coercitivas ou de não interferência, como mudanças no tipo de prática utilizada devido a características do casal e da criança. Discute-se que as práticas educativas envolvem um processo dinâmico entre pais e filhos, sendo a transmissão intergeracional não linear e influenciada por fatores que não apenas a reprodução de padrões aprendidos.Palavras-chave: práticas educativas parentais, padrões intergeracionais, relações familiares, relações pais-criança Transmission of Childrearing Practices between Generations:Empirical EvidenceABSTRACT -This study investigated the transmission between generations of childrearing practices of 30 mothers and 22 fathers, whose first child was 3 years old. Participants were interviewed about childrearing practices they had themselves received from their parents and those they used with their children. Quantitative and content analyses were realized with childrearing practices categorized as inductive, coercive and non-interfering. Results showed continuity of received practices, whether they were inductive, coercive or non-interfering, as well as changes in the used practices due to characteristics of the couple or the child. Childrearing practices seem to comprise a dynamic process between parents and children, with a nonlinear transmission between generations, and affected by factors other than reproduction of learned patterns. O conceito de família tem passado por constantes modificações decorrentes das transformações sociais e culturais da sociedade pós-moderna (Fonseca, 2005), bem como a concepção de criança e seu espaço na família (Biasoli-Alves, 1997). Todavia, por se tratar do primeiro meio social do qual o indivíduo participa, a família ainda tem entre suas tarefas fundamentais o processo de socialização, através do qual a criança deve adquirir comportamentos, habilidades e valores apropriados à sociedade em que está inserida (Biasoli- Alves, 1997;Nichols & Schwartz, 1998;Steinberg, 2000).Para cumprir o papel de agentes de socialização dos filhos 3 , os pais 4 se utilizam de diversas estratégias e técnicas, chamadas práticas educativas parentais (Hoffman, 1975(Hoffman, , 1994Newcombe, 1999). Hoffman (1975Hoffman ( , 1979Hoffman ( , 1994 propõe a classificação das práticas educativas parentais em duas categorias distintas: as estratégias indutivas e as estratégias de força coercitiva. Ambos os tipos de estratégia têm por função comunicar à criança o desejo dos pais de que ela mantenha ou modifique seu comportamento (Alvarenga & Piccinini, 2001).3 Os termos "filho" e "filhos" serão utilizados...
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