Tudo indica que o teleatendimento é uma modalidade de assistência em rápido processo de consolidação, mas de que modo, com quais potencialidades e limites? Este artigo traz reflexões sobre essa atuação durante a pandemia da COVID-19 no contexto de profissionais de saúde que trabalham em atendimento domiciliar. Objetivo: analisar a efetividade da telefonoaudiologia no atendimento domiciliar durante a pandemia de COVID-19, de acordo com a avaliação de um grupo de fonoaudiólogas(os). Método: pesquisa descritiva, realizada por meio da aplicação de questionário on-line, com amostragem não intencional, em um grupo de 137 fonoaudiólogos que atuam na cidade de São Paulo. Resultados: 58% dos profissionais utilizaram o teleatendimento durante a quarentena imposta pela situação da pandemia, destes 63% consideraram o recurso eficaz e 37% ineficaz, com os devidos argumentos para circunstanciar suas respostas. Resultados: o atendimento remoto refere-se à possibilidade de manutenção de relações e de ganhos terapêuticos dos pacientes que já se encontravam em terapia antes da pandemia, nenhum profissional considerou razoável iniciar um processo terapêutico pelo teleatendimento. Por sua vez, a percepção da não-efetividade do teleatendimento sugere, principalmente, que certos perfis clínicos dos pacientes em atendimento domiciliar (gravidade dos casos e necessidade de manejo presencial) impedem ou dificultam o atendimento remoto. Conclusão: É preciso adensar a reflexão sobre o teleatendimento, especificamente, para pacientes em atendimento domiciliar, indagando sobre as peculiaridades desses casos em termos de manejo técnico, critérios éticos e interação com pacientes, cuidadores e familiares.