Atividade docente estranhada: uma análise marxiana da situação dos profissionais da educação

Abstract

Este artigo tem como objetivo analisar a atividade docente à luz da categoria estranhamento. Para isso, revisitou-se a literatura pertinente aos assuntos relacionados a trabalho, alienação e estranhamento utilizando para isso Lukács, Marx, Antunes, Antunes & Pinto e Lessa; já como referenciais teóricos sobre a questão da educação e atividade docente no Brasil foram utilizados Arroyo e Apple. Quanto à metodologia, trata-se de uma pesquisa de cunho teórico, na perspectiva materialista histórica dialética que tenta buscar indícios do trabalho estranhado na atividade docente dos profissionais da Educação Básica no Brasil. Pode ser inferido, portanto que a profissão docente sofre interferências do regime de mercado capitalista, desse modo a atividade desenvolvida cotidianamente pelos professores assalariados também pode ser considerada como atividade com aspectos de alienação e/ou estranhamento.

A dialética e o trabalho na categorização do materialismo histórico dialético

“…O trabalho tem sua raiz na pré-história, no momento em que o homem passou a produzir e a utilizar ferramentas para sua sobrevivência, principalmente na prática da pesca, caça, coleta e agricultura. Para Alves et al (2020) trabalhar faz parte da essência, exclusividade do homem, sendo através dele que o homem se realiza e modifica o seu redor, portanto o trabalho faz parte da ontologia do ser. Na origem da palavra, trabalho vem do latim tripallium, no qual era uma ferramenta usada em atividades agrícolas pelos romanos e também como objeto para torturar os escravos que desobedeciam às ordens.…”