RESUMOA compreensão do ser humano concreto, não dualista, com bases dialéticas, foi uma preocupação desde a primeira geração da escola psicológica soviética. Os estudos elaborados por essa escola, posteriormente denominada Psicologia Histórico-Cultural, subsidiaram a compreensão de que ao longo da vida, ao realizar atividades para manter sua sobrevivência, o ser humano modifica suas condições externas e internas, isto é, modifica o meio em que vive e suas funções psíquicas. No presente artigo, o objetivo que se insere é a análise da periodização da atividade humana, em Vygotski (1896Vygotski ( -1934, Leontiev (1903-1979) e Elkonin (1904-1984, na busca por elementos que interponham continuidades ou rupturas de suas bases. Trata-se de três autores clássicos que dão fundamentação psicológica aos estudos da Pedagogia Histórico-Crítica e que, apesar de pertencerem à mesma escola psicológica, trazem ênfases diferenciadas para pensar a periodização. Para alcançar o objetivo almejado foi realizada uma busca nos textos clássicos desses autores, disponibilizados em português e espanhol, e elaborado um quadro comparativo a partir dos principais períodos: primeira infância, infância, adolescência e vida adulta. A linha de defesa adotada é a de que os estudos da periodização apresentados por Leontiev e Elkonin são uma continuidade dos estudos de Vygotski. Esse último se dedicou mais às questões internas, à elevação do nível de desenvolvimento psíquico, sem deixar de considerá-lo dependente da situação de vida concreta. Já Leontiev e Elkonin exploram mais a influência da atividade social no desenvolvimento psíquico e das relações estabelecidas, tomando como base as categorias de atividade dominante.