Atresia do trato gastrintestinal: avaliação por métodos de imagem

Abstract

Um amplo espectro de anomalias congênitas pode afetar qualquer nível do trato gastrintestinal, do esôfago ao ânus. A atresia é uma importante causa de obstrução gastrintestinal, com alta taxa de morbidade em recém-natos. Há diversos mecanismos patológicos possíveis para explicar esta malformação e duas explicações clássicas de sua gênese são um defeito de recanalização do tubo intestinal ou uma interrupção no suprimento sanguíneo durante a vida intra-uterina. Os autores fazem uma revisão da literatura com ensaio iconográfico dos achados de imagem em crianças com atresia do trato gastrintestinal.

Variáveis neonatais em recém-nascidos portadores de atresia esofágica

“…No que corresponde ao índice de Apgar, a média no primeiro minuto (7) e no quinto minuto (8), são considerados índices satisfatórios em ambos. Em estudo com quatrocentos neonatos de baixo peso na mesma maternidade pesquisada, 96,1% apresentaram índice de Apgar maior que 7 como predominante na amostra, sinalizando vitalidade satisfatória 20 .…”

“…Nesse sentido, ressalta-se que apesar da possibilidade de realizar o diagnóstico ainda no pré-natal, o maior número de diagnóstico é efetivado durante o período pós-natal através de achados clínicos (sialorréia persistente, tosse, cianose, abdome escavado e ausculta pulmonar alterada) e exames de imagem 7 . Além disso, análise de dados de 2015 da América Latina, observou-se que entre os diagnósticos efetuados durante a vida pós-neonatal, é possível perceber uma relação direta da AE com duas variáveis: idade gestacional e sexo masculino 8,9 . O tratamento da patologia é unicamente cirúrgico 10 .…”

Atresia esofágica tipo III associada a ânus imperfurado

“…A divisão destes tubos se dá pela formação do septo traqueoesofágico na parede do intestino primitivo anterior. Falhas durante a formação do esôfago tubular (vacuolização do estágio sólido) e/ou separação incompleta irão culminar em atresia de esôfago (AE) com ou sem fístula traqueoesofágica 3 . A etiologia da atresia esofágica ainda permanece desconhecida 4 .…”

“…A apresentação mais frequente de AE é associada à fístula traqueoesofágica distal, correspondendo ao chamado tipo III (ou tipo C) 4 . Essa anomalia acomete mais indivíduos brancos, do sexo masculino e advindos de gestação gemelar, sofrendo interferência da idade materna e primiparidade 3 .…”

“…A suspeita de AE pode surgir já no período pré--natal, por meio de ultrassonografia, onde detecta-se polidrâmnio, ou ao nascimento, onde o paciente pode apresentar dificuldade em deglutir saliva e leite, aspiração, desconforto respiratório e falha na passagem de sonda orogástrica 3,4 .…”