Introdução. Comportamentos académicos desonestos são praticados em todo o mundo, levantando a preocupação crescente com a falta de competências dos estudantes no seu futuro profissional. Objetivos. Avaliar a conduta académica dos estudantes de medicina da Faculdade de Ciências da Saúde; analisar a perceção dos estudantes quanto à prática de comportamentos desonestos. Materiais e métodos. Foi aplicado um questionário aos estudantes do 1º ao 6º anos, traduzido e adaptado a partir de estudos anteriores, para avaliar quer a prática de comportamentos desonestos, quer a perceção sobre a gravidade desses comportamentos. Foi realizada análise estatística (estatística descritiva, teste t de Student, ANOVA e correlação de Pearson), tendo sido considerados significativos os valores de p < 0,05. Resultados. 580 estudantes completaram o questionário (68,3% da população). Os estudantes afirmam praticar comportamentos académicos desonestos com pouca frequência, com um valor médio inferior a 3 (algumas vezes). Os estudantes que praticam mais atitudes desonestas são do sexo masculino, frequentam um ano curricular mais avançado, têm menor média de curso e frequentam atividades extracurriculares (p < 0,05). As condutas que os estudantes consideram como mais graves são as que menos praticam (correlação muito forte negativa de-0,96). Conclusão. Apesar da prevalência de comportamentos desonestos que os estudantes declaram praticar ser muito baixa, é necessário consciencializar os estudantes para as suas consequências durante o curso e na sua futura atividade profissional. Palavras chave. Conduta académica. Desonestidade. Educação médica. Estudantes de medicina. Ética.