A gentamicina é um antimicrobiano de baixo custo amplamente utilizado no tratamento da septicemia neonatal. Entretanto, existe um risco potencial de oto e nefrotoxicidade. Neste trabalho, buscouse caracterizar o recém-nascido hospitalizado em uso de gentamicina e avaliar o cumprimento do protocolo de tratamento adotado em uma Instituição pública de Belo Horizonte, Minas Gerais. Trata-se de um estudo transversal incluindo 63 recémnascidos atendidos em uma maternidade pública no período de agosto, outubro e dezembro de 1999. Essa maternidade é referência na assistência à gestação e ao parto de alto risco em Minais Gerais. A maioria dos recém-nascidos foi prematura (85,7%) e de baixo peso (90,5%). Apenas dois (3,2%) casos de septicemia foram confirmados por hemocultura. O protocolo adotado preconiza a administração de doses de 2,5 mg/kg a intervalos de 24 horas para neonatos com peso inferior a 1200 g e 12 horas para aqueles com peso superior a esse. Observou-se que o esquema terapêutico foi adotado em 96,7% dos casos. Contudo, constatou-se uma utilização por tempo superior ao recomendado, frente à hemocultura negativa, em mais de 70,0% dos casos.