Automutilação e seus fatores determinantes: Uma revisão integrativa

Abstract

O objetivo deste estudo foi analisar, na literatura científica nacional e internacional, o que tem sido produzido sobre fatores determinantes da automutilação. Realizou-se uma revisão integrativa a partir da seguinte questão norteadora: Quais evidências científicas estão sendo publicadas sobre a automutilação e seus fatores de risco? A busca ocorreu em quatro bases de dados e abrangeu artigos com texto completo disponível, publicados entre 2016 e 2021, nos idiomas português, inglês e espanhol. A partir da amostra de 16 artigos, obteve-se com os resultados: fatores de adversidade familiar, acontecimentos adversos na infância, o contágio social da internet e o diagnóstico prévio de transtorno mental como importantes determinantes da automutilação nas diversas etapas da vida. Conclui-se que por se tratar de um problema de origem multifatorial, necessita de intervenções intersetoriais que proporcionem um cuidar holístico e de clínica ampliada. Portanto, sendo já considerado um problema de Saúde Pública nacional e internacional, é necessário a construção de Políticas Públicas que contenham o crescimento do número de casos e promovam a prevenção das diversas formas de violência autoprovocada.

Psychosocial aspects of youth suicide: identifying social representations of health and education professionals from bonfim/mg

“…For Saggese (2021), it is worth reflecting that cutting oneself leads to the lowering of any psychic operation, as an interruption of the flow of thinking as a way of dealing with or paralyzing psychic suffering, leading to the relief of this suffering. The same is confirmed in Lima et al (2021), this attitude marks psychic suffering and has a tendency to become repetitive and, even with no primary suicidal intention, has negative effects on health and life. Regardless of whether or not it is on the continuum of suicidal ideation, self-mutilation should not be taken lightly and, like death from self-injury, self-mutilation is complex and multifaceted.…”

“…Studies indicate that the use of social media can have a social contagion effect through the repetitive exposure of self-injurious behaviors that end up functioning as modeling via social media, particularly among adolescents, especially when these contents go viral (Lima et al, 2021). Also, according to Brown et al (2017, p.8): "Some of these pictures showed very severe wounds, which can be disturbing to (especially younger) users of Instagram, and that those severe wounds generated more comments than pictures of mild wounds".…”

“…From a psychosocial point of view, asOliveira et al (2021) points out, youth are multiple and exist in different ways in different realities. This diversity permeates both the individual and the collective and is expressed as young people act and are perceived in the spaces in which they transit.In addition, "Before being an age period or a crisis in the course of life, youth is today the privileged field of experiment and suffering because it finds itself in a world where the marks that could guide the course of the subject have been erased" [my translation from Portuguese] (Saggese, 2021), p.4).…”

Automutilação na adolescência: um fenômeno psicossocial da contemporaneidade

“…Pode assumir variadas funções, como: aliviar sensações de vazio ou indiferença, interromper sentimentos negativos e induzir sentimentos positivos (APA, 2014;Fonseca et al 2018). O comportamento pode estar associado a fatores de risco como: abuso sexual, problemas no convívio familiar, exposição à violência, isolamento, histórico familiar de suicídio, bullying, negligência, maus-tratos e dificuldade em expressar as emoções (Fonseca et al, 2018;Lima et al, 2021;Moraes et al, 2020). Além disso, a automutilação está relacionada a um maior risco de tentativas de suicídio e de morte por suicídio, visto que o histórico anterior de comportamentos autolesivos aparece associado ao comportamento suicida (Alves et al, 2022).…”

“…Mesmo não sendo possível contemplar e perceber todas as incidências, em números absolutos, a automutilação tem crescido significativamente nos últimos 30 anos e tem ganhado maior visibilidade na comunidade científica, mesmo que com certa timidez (Oliveira et al, 2019). Ademais, com o aumento persistente do número de casos, a automutilação pode ser concebida como um problema de saúde pública (Aragão Neto, 2019;Ferreira et al, 2021;Lima et al, 2021).…”