Lagoas formadas em cavas de mineração de carvão são habitats próprios para organismos bentônicos, os quais, podem ser utilizados para indicar a qualidade de tais corpos d'água. Este estudo teve por objetivo analisar a comunidade de macroinvertebrados bentônicos em lagoa artificial em área minerada em processo de recuperação ambiental. Foram realizadas duas campanhas de amostragem, nas quais, foram dispostos 10 pontos amostrais em duas distâncias da margem, com revolvimento do substrato durante três minutos e coletas com puçá, totalizando uma hora de esforço amostral. Os dados foram analisados com base nos atributos de riqueza (Bootstrap e Chao1), abundância, diversidade (Shannon-Weaver) e qualidade ambiental da lagoa (BMWP’). Foram coletados 786 indivíduos pertencentes a 24 famílias. A riqueza estimada para a área ficou entre 24 e 25 famílias e a amostragem abrangeu entre 92% e 98%. Chironomidae (n = 363), Libellulidae (n = 99) e Culicidae (n =85) foram as mais abundantes. Foi observada diferença estatística nos valores de diversidade e abundância total entre as coletas (t = 3,027; p = 0,005 e t = 1,318; p = 0,01, respectivamente), com valores mais elevados na primavera. A qualidade da lagoa foi classificada como duvidosa de acordo com o índice BMWP’ em ambas as coletas, demonstrando que a mesma está comprometida e, embora a área esteja em processo de recuperação, as famílias mais abundantes são típicas de habitats poluídos. O estudo indica a importância do biomonitoramento no acompanhamento das condições ambientais e na adoção de medidas de recuperação de ambientes degradados.