Dente retido é aquele que por motivos mecânicos ou patológicos não erupciona quando atinge seu período fisiológico de erupção. Os terceiros molares inferiores são os elementos que mais comumente podem tornar-se retidos. O ângulo goníaco indica o grau de inclinação entre o corpo e o ramo da mandíbula, sendo utilizado para diagnóstico das desordens craniofaciais e avaliação do padrão de crescimento dos pacientes. O objetivo no presente estudo foi verificar a correlação entre o ângulo goníaco e a posição de terceiros molares inferiores retidos. Foram incluídas neste estudo radiografias panorâmicas de 298 pacientes, 148 homens e 150 mulheres, que apresentavam os dentes 38 e 48 completamente formados e retidos. Foram analisadas as posições dos terceiros molares por meio das classificações de Pell e Gregory (1942) (classificação em relação aos segundos molares – classes A, B e C; classificação em relação à borda anterior do ramo da mandíbula – classes I, II e III) e Winter (1926) (classificação em vertical, mesioangular, distoangular, horizontal e invertido). As mensurações do ângulo goníaco foram obtidas no programa ImageJ. O posicionamento mais prevalente dos terceiros molares inferiores retidos em relação ao plano oclusal dos segundos molares foi o B; a posição mais encontrada para esses dentes em relação à borda anterior do ramo da mandíbula foi a II; a posição mais observada na classificação de Winter foi a mesioangular. O coeficiente de Pearson evidenciou uma correlação significante entre o ângulo goníaco e posição dos dentes em relação ao bordo anterior do ramo da mandíbula (p≤0,001). Com base nos resultados do presente estudo, pode-se concluir que houve correlação significante entre a posição dos terceiros molares em relação ao bordo anterior do ramo da mandíbula (classificação de Pell e Gregory, 1942) e o ângulo goníaco.