Para escolher o processo mais eficiente de geração de energia é necessário conhecer as propriedades químicas e térmicas da biomassa. As cascas e os ouriços da castanha do Brasil (Bertholletia excelsa H.B.K.), geralmente tratados como resíduos, têm despertado interesse de pesquisadores do setor energético devido as suas propriedades carburantes. Este trabalho visa avaliar as propriedades energéticas das cascas da semente e dos ouriços da castanha do Brasil para utilizá-los na produção de adsorventes. Os ensaios físico-químicos e térmicos das biomassas foram investigados pelas técnicas de Análise Imediata (umidade, cinzas, voláteis e carbono fixo), Análise Elementar, Poder Calorífico Superior (PCS), Poder Calorífico Inferior (PCI) e Termogravimetria (TG/DTG). Os adsorventes, CA-1 (cascas) e CA-2 (ouriço), foram produzidos por ativação química com ZnCl2 seguida de carbonização à 500ºC por 90 min. Os resultados da caracterização para as biomassas mostraram umidade entre 8-9%, cinzas abaixo de 2,8%, elevados teores de voláteis (85%), PCI e PCS próximos, na faixa entre 15-17 MJ/kg. O rendimento do processo de obtenção dos carvões ativados (~74%) foram superiores a literatura. A avaliação dos adsorventes quanto ao processo de adsorção do azul de metileno mostrou-se eficiente, sendo que o carvão ativado produzido das cascas apresentou uma maior capacidade adsortiva quando comparado ao adsorvente produzido a partir dos ouriços. Por fim, as biomassas demonstraram um bom potencial energético e como uma alternativa ao carvão ativado comercial, promovendo o aproveitamento dos resíduos e contribuindo como uma possível solução na busca por materiais precursores de baixo custo para a produção de adsorventes.