Conhecida mundialmente pela sua biodiversidade, a Floresta Amazônica pode fornecer uma gama de produtos por meio do Manejo Florestal Sustentável (MFS). Tal possibilidade faz o uso consciente da floresta, gera renda e emprego para população do entorno, sendo o melhor caminho para a sua preservação. Seguindo este interesse foi criado as concessões florestais, com foco em ampliar o MFS na região Amazônica, dando uso a grande parte das florestas públicas que comumente são desmatadas. Ainda assim, a concorrência com projetos de menor risco para a região como a soja e o gado bovino e a falta de conhecimento sobre os reais custos e a viabilidade do MFS afastam os atores florestais dessa possibilidade. Dessa forma, objetivou-se com o trabalho analisar a viabilidade econômica do manejo florestal sustentável em área de concessão com foco na exploração de madeira em tora na FLONA de Caxiuanã - Pará, identificando os principais parâmetros que interferem na viabilidade do empreendimento. A área de estudo foi a FLONA de Caxiuanã, mais precisamente a UMF III, sob concessão da CEMAL desde 2016. Possui uma área efetiva de manejo de 49.182,48 hectares e um ciclo de corte de 30 anos, indicando Unidades de Produção Anual de 1.640 hectares, em média. Os dados de custos e receitas utilizados são referentes ao ano de 2020 e permitiu criar um fluxo de caixa para o horizonte de 40 anos da concessão, além da determinação da viabilidade econômica por meio do Valor Presente Líquido (VPL), Valor Anual Equivalente (VAE), Custo médio de Produção (CMP), Razão Benefício/Custo (B/C) e Payback. Para determinar a sensibilidade dos parâmetros que impactam a viabilidade foi utilizado o software @Risk, que cria simulações por meio de variações dos parâmetros escolhidos. Entre os resultados obtidos estão a caracterização dos custos com destaque para o de exploração e de concessão que alcançaram mais de 71% dos custos totais, sendo que ao contabilizar os custos separadamente pode-se destacar o custo de concessão como de maior impacto, sendo mais que o dobro do segundo custo, o de transporte. Por meio do fluxo de caixa foi possível concluir a viabilidade econômica positiva da concessão, com um VAE de R$ 802.206,83, ou R$ 34,01 por metro cúbico produzido e uma razão benefício/custo (B/C) de 1,08 para a produtividade média de 14,39 m³.ha -1. A análise de sensibilidade apontou que o preço de mercado e o fator francon para a venda da madeira possuem os maiores impactos na sensibilidade do MFS, podendo representar até a inviabilidade do projeto. Os parâmetros área explorada, produtividade média, custo de exploração e custo de concessão também impactam a viabilidade do projeto, mas não tanto a ponto de torná-lo negativo. Palavras-chave: Análise de sensibilidade. Concessão florestal. Política florestal. Unidades de Conservação.