O Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes (Enade) é aplicado aos egressos dos cursos das Instituições de Ensino Superior (IES) brasileiras a fim de avaliar o desempenho desses estudantes em relação aos conteúdos programáticos das diretrizes curriculares dos cursos e orientar o desenvolvimento de competências e habilidades na formação geral e profissional. Foi criado em 2004 pelo Sistema Nacional de Avaliação do Ensino Superior e influencia no financiamento destinado às IES. O Exame é aplicado em ciclos trienais, Ano I, II e III, sendo cada ano destinado a cursos específicos. A prova é composta por 40 questões, divididas entre Formação Geral e Conhecimentos Específicos, com questões objetivas e discursivas. Os conteúdos da Genética, por sua vez, têm grande relevância na formação profissional dos licenciados e bacharéis do curso de Ciências Biológicas, impactando na formação de todos os demais profissionais das áreas da saúde, ciências agrárias e afins, uma vez que são esses profissionais que levam conhecimento desde a educação de base. O objetivo do presente trabalho foi analisar quantitativamente as questões da Genética e áreas afins no Enade aplicado de 2005/2021, observando quais os recursos utilizados na composição das questões, assim como a interdisciplinaridade com outras áreas da biologia e a atualização dos conteúdos. Para isso, foi realizada como ferramenta metodológica o estudo descritivo, que viabiliza a análise do conteúdo por meio de parâmetros pré-estabelecidos, permitindo a verificação, observação e geração de dados. Assim, contemplando os conteúdos da Genética, entre questões objetivas e discursivas, o exame aplicado em 2005 contou com dez questões, em 2008 foram 11, em 2011, seis e em 2014, 2017 e 2021, oito questões. A maioria das questões apresentavam abordagens voltadas para a contextualização CTS (Ciência, Tecnologia e Sociedade), levantando situações e problemáticas capazes de estimular o pensamento crítico do egresso quanto ao conteúdo exposto. No entanto, apesar de utilizar a perspectiva socio-científica, as provas apresentaram uma distância temporal em relação aos avanços científicos-tecnológicos. Assim, técnicas e/ou descobertas do âmbito da Genética só foram expostas nas avaliações décadas após já estarem consolidadas.