Resumo O objetivo deste artigo foi estimar a prevalência e analisar os fatores associados ao aleitamento cruzado. Estudo transversal conduzido em 2013 mediante entrevista com amostra representativa de mães de crianças < 1 ano (n = 695) em nove unidades básicas do Rio de Janeiro/RJ. Foram estudadas características sociodemográficas, da assistência à gravidez, ao parto e na atenção básica, hábitos maternos e características do bebê. Razões de prevalência ajustadas foram obtidas por regressão de Poisson, sendo mantidas no modelo final as variáveis que se associaram ao desfecho (p ≤ 0,05). O aleitamento cruzado foi praticado por 29,4% das mães, geralmente entre parentes ou amigas. Mostraram-se diretamente associadas à prática: ser mãe adolescente (RP = 1,595), tabagismo (RP = 1,396), consumo de bebida alcoólica (RP = 1,613), regime inadequado de alimentação do bebê (RP = 1,371) e a idade do bebê em meses (RP = 1,066). O trabalho materno formal mostrou-se inversamente associado ao aleitamento cruzado (RP = 0,579). O aleitamento cruzado tem prevalência relevante entre mães assistidas por unidades primárias de saúde. Esse tema deve ser mais abordado, especialmente entre os grupos mais vulneráveis, devido à associação com a adolescência e com hábitos inadequados de saúde.