InTRODUÇÃOO carcinoma basalóide escamoso (CBE) é uma variante incomum do carcinoma de células escamosas do esôfago (CEC), com características clínicas próprias, sendo a alta agressividade biológica e o mau prognóstico os atributos de maior destaque 2,4,10 . Este tipo de neoplasia ocorre com maior freqüência no trato aerodigestivo superior, tendo como sítios primários preferenciais a cavidade oral, faringe, laringe, seio piriforme e traquéia 5,8,14 . A incidência desta lesão no esôfago é extremamente rara, corresponde a 0,1 a 5% das neoplasias malignas do esôfago 1,6,11,15 . O objetivo desta comunicação é apresentar os aspectos clínico-patológicos de um paciente com CBE primário do esôfago, considerando a raridade deste tipo de câncer e seus atributos biológicos, nesta topografia do trato gastrointestinal.
ABCDDV/527Henry MACA, Lerco MM, Oliveira WK, Rodrigues MAM. Carcinoma basalóide escamoso: uma forma rara e agressiva de câncer do esôfago e revisão da literatura.
RELATO DO CASOMasculino, 41 anos, branco, lavrador, natural e procedente de São Manuel (SP). Referia disfagia para sólidos há três meses, regurgitação e emagrecimento. Fumava três cigarros de palha por dia há muitos anos e dos 15 aos 24 anos ingeria um litro de aguardente diariamente. Regular estado geral, mucosas descoradas ++, desnutrido. O esofagograma demonstrou falha de enchimento nos 12 cm distais do esôfago (Figura 1). A endoscopia digestiva alta confirmou a presença de lesão vegetante, ulcerada a 31 cm da arcada dentária superior, obstrutiva. O estudo histopatológico demonstrou carcinoma basalóide escamoso (Figura 2) e a avaliação imunoistoquímica resultou-se positiva para o antígeno carcinoembriônico e citoqueratinas de alto peso molecular. A tomografia computadorizada demonstrou metástases pulmonares, hepáticas e adenomegalia retroperitoneal. Frente ao estadiamento avançado do tumor (Tx N1 M1: Estadio IV), optou-se pela realização de gastrostomia. O paciente apresentou acentuada queda do estado geral e evoluiu para óbito com quadro de melena, quatro meses após o diagnóstico.