RESUMO -O diagnóstico e as condutas terapêuticas nos tumores intrínsecos do tronco encefálico, sofreram grandes transformações com o advento da tomografia computadorizada e da ressonância nuclear magnética. Estes métodos diagnósticos permitiram a identificação de diferentes subgrupos de tumores da região, alguns dos quais passíveis de extirpação cirúrgica, com sobrevida prolongada e eventual cura. Os autores apresentam dois casos de um peculiar grupo de rumores do tectum do mesencéfalo, cujos aspectos tomográficos e manifestações clínicas sugeriam estenose do aqueduto de Sylvius de início tardio. O diagnóstico definitivo foi estabelecido por RNM. Em ambos, os sintomas desapareceram após instalação de derivação ventricular. As características clínico-patológicas e as alternativas terapêuticas deste subgrupo particular de tumores do tronco encefálico são discutidas. Tumores intrínsecos do tronco encefálico representam 10 a 20% de todas as neoplasias da infância 3,8,9 e seu prognóstico é considerado desanimador, com a maioria dos pacientes morrendo em média dois anos após o diagnóstico 4,9 . A introdução de métodos de imagem mais sofisticados, como a tomografia computadorizada (TC) e a ressonância nuclear magnética (RNM), veio demonstrar que os tumores do tronco encefálico estão longe de constituir grupo homogêneo em relação a seus aspectos clínicos, patológicos e biológicos, permitindo identificar subgrupos diferentes da forma clássica, difusa e infiltrativa 3 * 5,8,14,15 . Como consequência, estratégias de tratamento mais racionais puderam ser elaboradas, permitindo a abordagem cirúrgica de algumas lesões e alterando significativamente o prognóstico de certos pacientes 3 5 1 4 1 5 . A definição destes subgrupos demonstrou também, que o seu prognóstico é influenciado pelo tipo do tumor e pela sua localização 3 * 5 , 8 , 9 , 1 4 1 5 . Um subgrupo de tumores focais, localizados no tectum mesencefálico, foi recentemente identificado 1,8 , merecendo registro devido à sua peculiar forma de apresentação e características evolutivas. Relatamos dois desses casos.
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