ResumoO objectivo deste artigo é desconstruir discursivamente a cidade de Braga. Através da análise de comunicação política e de publicidade, procura-se ilustrar o potencial analítico de conceitos formulados por Ernesto Laclau e Chantal Mouffe para compreender a forma como determinados discursos se tornam hegemónicos, moldando o sentido da cidade.Laclau e Mouffe vêem os significados como algo que nunca está completamente definido mas apenas parcialmente fixado por pontos nodais constituídos através de práticas de articulação. "Desenvolvimento" e "crescimento verde" foram dois pontos nodais importantes que fixaram o significado das relações sociais em Braga em diferentes momentos históricos. A "natureza" e o "ambiente" emergiram numa variedade de contextos discursivos para apoiar o projecto da Câmara Municipal e os interesses empresariais na cidade. À medida que estes significantes se foram desgastando, transformaram-se em significantes vazios, permitindo todos os tipos de usos discursivos na construção e fortalecimento da posição hegemónica dos poderes locais.Palavras-chave: cidade, discurso, desenvolvimento, crescimento verde, hegemonia.