ResumoAs palmeiras (Arecaceae) exercem grande relevância na estrutura e funcionamento dos ecossistemas de florestas tropicais, além de compreenderem recursos‐chave para animais frugívoros. Entretanto, muitas espécies estão atualmente em risco de extinção devido à superexploração e/ou perda de habitat. Nosso estudo visou realizar uma revisão sistemática com uma abordagem cientométrica de todas as 78 espécies de palmeiras nativas da Mata Atlântica brasileira, buscando identificar as espécies e regiões mais bem estudadas, principais tópicos estudados, padrões gerais, tendências e lacunas na pesquisa científica associada a esta família botânica. No total, foram realizados estudos para 48 espécies pertencentes a 10 gêneros, com o número de estudos aumentando exponencialmente a partir dos anos 70 e exibindo grande diferença no número de publicações entre as espécies. Euterpe edulis foi a espécie mais estudada (n = 274), seguida por Acrocomia aculeata (n = 205), enquanto Bactris bahiensis (1), Geonoma litoralis (1), Syagrus santosii (1) e Trithrinax acanthocoma (0) foram as espécies menos estudadas. O maior número de estudos foi realizado nos estados do sudeste do Brasil. Com relação ao tipo de estudos, 34% e 27% estavam relacionados a propriedades bioquímicas e processos ecológicos, respectivamente, enquanto os estudos sobre entomologia (n = 26), cultura de tecidos (n = 23) e taxonomia (n = 7) representaram o menor número. Dado o papel fundamental das palmeiras nas florestas tropicais, nosso estudo sugere que as pesquisas futuras devem se concentrar em espécies menos estudadas, incluindo Desmoncus spp., Geonoma spp. e Trithrinax sp. e em algumas áreas menos estudadas, como a porção nordeste da Mata Atlântica.