As lipases são enzimas versáteis que catalisam diversas reações e podem ser aplicadas em várias áreas da indústria. No entanto, a biocatálise enfrenta um obstáculo econômico para poder competir com as rotas convencionais. Diferentes estratégias têm sido estudadas com o objetivo de reduzir o custo dos biocatalisadores e melhorar a atividade e estabilidade catalítica. A imobilização enzimática é uma das estratégias mais eficientes para tornar a aplicação de enzimas competitiva em larga escala industrial, proporcionando reutilização contínua, facilidade de separação do meio reacional e maior eficiência do processo. No entanto, apesar dos avanços tecnológicos alcançados, os biocatalisadores ainda são caros para usos industriais devido às etapas de recuperação, purificação e imobilização de enzimas. Nesse contexto, surge a tecnologia de células integras (CI) como uma forma de imobilização, na qual as próprias células, geralmente cultivadas em um suporte, são aplicadas no processo de biotransformação, contendo as proteínas de interesse aderidas à sua superfície, permitindo fácil separação, reutilização e dispensando a etapa de purificação. Embora a tecnologia de células inteiras tenha se tornado uma ferramenta valiosa para muitos processos de biotransformação, existem alguns inconvenientes inerentes, que impediram seu avanço em escala industrial, e muitos estudos foram realizados com o objetivo de otimizar seu desempenho. Este artigo apresenta uma revisão entre as tecnologias de células íntegras e de lipases imobilizadas, principalmente relacionadas às sínteses de biodiesel e de ésteres de sabor, uma vez que estas são amplamente relatadas na literatura.