Topically applied therapy is the most common way to treat ocular diseases, however given the anatomical and physiological constraints of the eye, frequent dosing is required with possible repercussions in terms of
RESUMOA forma mais frequente de aplicação terapêutica em oftalmologia consiste na instilação de gotas oculares, mas dadas as limitações anatómicas e fisiológicas do olho, é necessária dosagem frequente com possível repercussão na adesão do paciente à terapêutica. Nas últimas décadas, as lentes de contacto (CLs) têm surgido como um potencial sistema de libertação controlada de fármacos na superfície ocular (DCRS) para correção do erro refrativo. Está em curso uma extensa investigação para entender a melhor forma de modificar as CLs, de modo a aumentar o tempo de residência e a biodisponibilidade do medicamento na superfície ocular dentro de níveis terapêuticos. Ao corrigirem a ametropia, estes dispositivos poderão simultaneamente desempenhar um papel na gestão de perturbações oftalmológicas, tais como a síndrome do olho seco, glaucoma, alergia ocular e infecção corneana, que podem comprometer o porte seguro e confortável das CLs. Nesta revisão narrativa, os autores explicam como as estruturas da superfície ocular determinam a difusão de fármacos no olho e sintetizam as estratégias para aumentar a permanência e biodisponibilidade dos mesmos. Em seguida, apresentam os resultados e as aplicações clínicas das CLs embebidas em fármacos, como DCRS, através da incorporação de barreiras de difusão, de monómeros funcionais, da liberação controlada por iões, da impressão molecular, de nanopartículas e pelo processo camada sobre camada. Os autores concluem avaliando o impacto destes novos sistemas de entrega de agentes farmacológicos ao melhorar o seu transporte no tecido alvo, reduzindo a sua absorção sistémica e os seus efeitos colaterais indesejáveis, e discutem perspectivas futuras.