RESUMO:O bloqueio locorreginal é uma alternativa complementar da anestesia geral objetivando suspensão da dor nos procedimentos trans e pós-operatórios. Também intitulado como bloqueio de nervos, consiste na aplicação de um agente farmacológico no espaço perineural específico a região de necessidade com fim de interromper a transmissão das aferências nociceptivas, que promove efeito analgésico. Geralmente seu uso está inserido em bloqueios de membros pélvicos, como o plexo lombossacro e o torácico, como o plexo braquial, antes dos procedimentos cirúrgicos, ou feita por abordagens em que não se exige o bloqueio bilateral de membros como seria na epidural. Nesse processo, o anestésico atua diretamente na condução elétrica das fibras nervosas, ocasionando na insensibilização. Mas para que seja realizado com segurança é necessária considerável precisão para não haver riscos de lesionar o nervo por acometimento de uma injeção intraneural. Solucionando esse problema, foi desenvolvida técnica de captação desses impulsos elétricos por meio de um aparelho nomeado neurolocalizador, que se tornou fundamental nas práticas anestésicas guiadas. Comparada as outras abordagens, pesquisas indicam inúmeras vantagens, sendo que a locorregional guiada promove maior estabilidade cardiorrespiratória minimizando os índices de óbito, além de redução de custos viabilizado pela menor necessidade de administração de alguns fármacos, e também pela extensão do conforto evitando estresse pós-operatório. O neurolocalizador consiste em um aparelho portátil com dois eletrodos, um vermelho para o polo positivo e um preto que será ligado a uma agulha romba específica para o negativo. Em adjunto, essa agulha irá emitir o pulso que promove a estímulo das fibras nervosas motoras, podendo selecionar a velocidade de sua frequência entre 1 a 2Hz, enquanto a corrente varia de 0,1 a 5,0 mA. Sua intensidade equivale a distância entre agulha e nervo, quanto maior a contração muscular sobre baixos valores de amperes, maior proximidade está sendo indicada. Os valores preconizados são de 1 mA para inserir a agulha e 0,5 mA para início do bloqueio. Sendo injetado o fármaco, todo esse sistema será inibido, preparado para dar sequência ao procedimento operatório. Os anestésicos locais mais utilizados baseados em evidências são a Ropivacaína, Lidocaína 2% e a Bupivacaína 0,5%. Por fim, para averiguar o êxito do procedimento são utilizadas técnicas de resposta dolorosa como o pinçamento de pele para analisar o limiar nociceptivo pressórico, por avaliação de alterações cardiovasculares obtidas pelo monitor multiparamétrico, como frequência cardíaca, pressão arterial, frequência respiratória ou superficialização de plano.