Neste artigo discutem-se as tensões produzidas a partir de uma leitura crítica da Base Nacional Comum Curricular. Na primeira parte, problematizam-se ressalvas quanto à composição de currículos mínimos que dificultam que sistemas de ensino, escolas, professores e alunos estabeleçam redes de significação entre os vários conhecimentos existentes, empobrecendo o ato educativo. Além disso, tensionam-se as influências das agências internacionais, nacionais e das avaliações de larga escala que, em nome do ensino de qualidade, promovem processos de exclusão de múltiplos grupos sociais nos currículos escolares. Na segunda parte, relacionamos esse cenário aos pressupostos da educação especial, para promover linhas de análises sobre como propostas curriculares enrijecidas fortalecem a defesa da flexibilização curricular, do aumento de alunos com rótulos de deficiências e da ideia de que é preciso somente pensar nas especificidades de aprendizagem, apartadas do acesso à cultura.