Brazilian Portuguese vs Order: A Diachronic Analysis

Predicação e extensão de fase na gramática gerativa

“…R: ELE/ *Ele entrou na escola, o garoto que foi meu aluno. Concluída a discussão aqui empreendida nesta seção, revisitarei, na seção que se segue, pesquisas sobre os sujeitos pós-verbais no PB, valendo referir, de antemão, que, na atual sincronia, encontram-se restritos a contextos inacusativos (BERLINCK, 1988(BERLINCK, , 2000KATO, 2000;COELHO, 2000).…”

“…Diversas pesquisas têm evidenciado que a ordem de palavras no PB não é tão "livre" como no PE, tendo em vista que sujeitos não podem aparecer pospostos a verbos (in)transitivos, uma consequência da pobreza formal e funcional dessa língua, conforme já enunciado. Berlinck (2000), ao realizar uma pesquisa diacrônica sobre a ordem VS no PB, verifica, a partir de resultados quantitativos, que a perda dessa ordem em contextos (in)transitivos foi gradativa ao longo da história. Essa autora chega a concluir que a ordem VS é uma construção heterogênea na gramática do PB por ainda possuir resíduos de uma gramática anterior, estando restrita, em grande medida, a contextos inacusativos.…”

“…No Português Arcaico (doravante PA), esse tipo de inversão pode ocorrer com o verbo ocupando a posição inicial da frase (RIBEIRO, 1996) 4 . Berlinck (2000) ainda observa que, no PE, esse constituinte tem obrigatoriamente leitura tópica, ou seja, corresponde a uma informação já dada no domínio do discurso (cf. ( 24 ( KATO, 1989 apud BERLINCK, op.…”

“…( 26)), ora aparece no início da sentença (cf. ( 27 , 1996, p. 54-55) Ao contrário do PA, Berlinck (2000) constata que construções com verbos dicendi que exigiam, no PA, o verbo no início da frase já não são obrigatórias no século XX. Analisando uma das obras de Graciliano Ramos datada de 1930, a autora verifica que um mesmo falante produz ora VS, ora SV com o verbo dicendi "dizer", o que implica assumir que a inversão germânica que era obrigatória no PA perde-se no PB contemporâneo (cf.…”

“…Pesquisas desenvolvidas no âmbito da Sintaxe Gerativa têm evidenciado, a partir de estudos comparativos, que o português brasileiro (doravante, PB) e o português europeu (doravante, PE) possuem gramáticas distintas (GALVES, 2001;TORRES MORAES, 1996, dentre outros). Adotando essa visão e sob o enfoque do Modelo de Princípios e Parâmetros e seguintes), centro minha atenção, neste capítulo, na posição pós-verbal dos sujeitos (isto é, na ordem VS (Verbo-Sujeito)), evidenciando, a partir de pesquisas já desenvolvidas sobre a temática, que esses sujeitos possuem comportamento distinto: enquanto, no PE, sujeitos pós-verbais ocorrem com todos os tipos de verbos (AMBAR, 1992;COSTA, 1998), no PB, por sua vez, encontram-se submetidos a contextos inacusativos (BERLINCK, 1988(BERLINCK, , 2000KATO, 2000;COELHO, 2000).…”