A pneumonia em organização secundária ao uso de amiodarona é rara, com apenas oito casos relacionados na literatura. No presente relato uma paciente de 75 anos, com uso cumulativo de 43g, apresentou tosse produtiva, dispnéia progressiva e infiltrados bilaterais na radiografia do tórax. A biópsia transbrônquica confirmou o diagnóstico. Com a retirada da droga houve melhora clínica e funcional. (J Pneumol 2001;27(3):167-170) Organized pneumonia secondary to amiodarone use A amiodarona é um fármaco utilizado para tratamento de algumas arritmias cardíacas, mas que pode causar sé-rios danos pulmonares. As manifestações pulmonares dos seus efeitos tóxicos incluem: 1) Padrão histológico de pneumonite intersticial usual com macrófagos xantomizados na luz alveolar; 2) Dano alveolar difuso; 3) Pneumonia em organização ou bronquiolite obliterante com pneumonia em organização (3) . O risco de efeitos adversos é variável, dependendo da dose diária da medicação e da duração do tratamento; a dose total acumulada é mais importante que a dose diária. O mecanismo responsável pela toxicidade da droga é desconhecido.A pneumonia em organização causada por amiodarona é rara, havendo na literatura relato de oito casos (2)(3)(4)(5)(6)(7)(8)(9) . O objetivo deste trabalho é relatar um caso com regressão acentuada após interrupção da medicação.
RELATO DO CASOPaciente de 75 anos de idade, sexo feminino, dois meses após quadro de coriza passou a ter tosse produtiva discreta, com expectoração mucosa em pequena quantidade e dispnéia aos médios esforços. Queda de cabelos acentuada.Antecedentes de infarto agudo do miocárdio havia 20 anos e hipertensão arterial, em uso de ácido acetilsalicíli-co, hidroclorotiazida, isossorbida, diltiazem, pentoxifilina, e amiodarona havia oito meses (dose acumulada de 43g; dose diária de 200mg por seis meses e 100mg por dois meses).
INTRODUÇÃOA pneumonia em organização ou bronquiolite obliterante com pneumonia em organização é uma doença rara, geralmente idiopática; em outros casos, a etiologia pode ser associada a doenças do tecido conectivo, inalação de gases tóxicos (NO 2 , cádmio, ozônio, etc.), infecções (virais, Legionella, Mycoplasma) e drogas (amiodarona, bleomicina, metotrexato, cocaína, etc.) (1)(2)(3)(4)(5)(6)(7)(8) .