Os enfermeiros que atuam na assistência hospitalar lidam com dor física, emocional, situações de alta complexidade, exposição ao sofrimento, medo, estresse e ansiedade, o que favorece o desenvolvimento da fadiga por compaixão, que é considerada uma forma de sofrimento decorrente da atividade laboral e pode comprometer a saúde e bem-estar do enfermeiro, bem como a segurança do paciente. Objetivou-se relacionar a fadiga por compaixão com aspectos da qualidade da assistência à saúde e segurança do paciente. Tratou-se de um estudo exploratório, quantitativo, correlacional, realizado entre maio e junho de 2021. A coleta de dados ocorreu por meio de questionário online após anuência do Comitê de Ética em Pesquisa e consentimento dos participantes. A amostra constituiu-se de 410 enfermeiros que atuavam em três hospitais privados de São Paulo; 319 (78%) eram do sexo feminino, 212 (51,71%) atuavam de 4 a 10 anos nos hospitais. Obteve-se correlações positivas entre índices elevados na dimensão de fadiga por compaixão e burnout do questionário ProQol-Br e aspectos relacionados à qualidade assistencial e segurança do paciente (p<0,001). Os enfermeiros concordaram que devido à sobrecarga de trabalho e exaustão mental deixaram de cumprir integralmente protocolos de qualidade e segurança do paciente, o que pode aumentar a ocorrência de eventos adversos. Evidenciouse a relevância de desenvolvimento de estratégias para melhorar a sobrecarga de trabalho, por meio da adequação dos recursos humanos, satisfação e reconhecimento profissional, a fim de minimizar à ocorrência de fadiga por compaixão e repercutir positivamente na qualidade assistêncial e segurança do paciente.Palavras-chave: Fadiga por Compaixão. Segurança do Paciente. Qualidade da Assistência à Saúde. Assistência de Enfermagem.