A maioria dos trabalhos desenvolvidos em gestão por processos tem-se limitado a explorar os problemas da relação entre a organização funcional e a perspectiva de processo com ênfase nos aspectos técnicos de sua aplicação. A literatura de base conceitual que versa sobre os aspectos humanos contemplados em sua operacionalização ainda é insipiente (TARHAN; TURETKEN; REIJERS, 2016). Tendo em vista a importância da dinâmica subjetiva no processo de análise organizacional, objetiva-se promover uma discussão teórica sobre a relação entre gestão por processos, cultura organizacional e gestão do conhecimento, concentrando esforços no entendimento das relações humanas que podem influenciar o desempenho organizacional. Conclusivamente, há fortes indícios de que, apesar dos altos investimentos e sofisticação dos sistemas, a abordagem do empurrar, comumente adotada, não gera valor aos negócios da organização. O problema fundamental reside no modelo subjacente, mecânico, de processamento de informação, que se adota na gestão do conhecimento. Este nega a natureza socialmente construída do conhecimento. Nesse sentido, a gestão de processos intensiva em conhecimento confirma uma necessidade emergente de adoção da estratégia de “puxar” como modelo de gestão, uma vez que ela incorpora processos organizacionais baseados na combinação sinérgica de dados e a capacidade de processamento das informações pela tecnologia, as quais são suportadas pela capacidade criativa e inovadora dos seres humanos.