ResumoO Campo de Frade, localizado no norte da Bacia de Campos, corresponde a reservatórios oligo-miocênicos de águas profundas balizados entre os marcos Azul e Cinza. Estes sistemas deposicionais são de grande importância econômica, correspondendo a grande parte das reservas e produção de hidrocarbonetos do Brasil. Este trabalho apresenta uma caracterização faciológica dos reservatórios do Campo de Frade e seus depósitos associados, através da análise de 154 m lineares de testemunhos de três poços, representativos dos quatro principais reservatórios do campo. Foram reconhecidas doze fácies, das quais duas são rudíticas, quatro arenosas, uma de composição mesclada areno-lamosa e três heterolíticas. A interpretação dessas fácies sugere um sistema deposicional dominado pela interação entre diversos processos, tais como fluxos de detritos, fluxos turbulentos, correntes de fundo e escorregamentos. As fácies reservatório são areias de fluxos bipartidos e turbidíticos, enquanto as não reservatório compreendem aventais de transporte de massa e conglomerados rodolíticos cimentados, ambas muito comuns nas sequências descritas. Se não levadas em consideração, essas fácies podem levar a superestimativa do volume de hidrocarbonetos. Entretanto, quando intercaladas com fácies reservatório, elas geralmente não apresentam continuidade lateral suficiente para impedir a comunicação hidráulica do reservatório. Palavras-chave Campo de Frade; Bacia de Campos; Oligo-Mioceno
AbstractThe Frade Field, located in the northern Campos Basin, corresponds to Oligo-Miocene deep-water reservoirs bracketed between the Azul and Cinza regional markers. Such depositional systems are of great economic significance, representing a large percentage of Brazilian hydrocarbon reserves and production. This paper presents the characterization of the facies that comprise the Frade Field reservoirs and associated deposits. The study included the analysis of 154 m of core from three wells, which are representative of four main field reservoirs. Twelve facies are recognized, of which two are conglomeratic, four are sandy, one is of mixed sand-mud composition and three are heterolithic. The interpretation of these facies indicates a depositional system dominated by the interaction of processes as diverse as debris flows, turbulent flows, bottom currents and slides. The reservoir facies are predominantly bipartite and turbiditic flow sands, whereas the non reservoir facies include mass-transport aprons and cemented debris flow rhodolithic conglomerates, both being very common in the described sequences. Overestimation of hydrocarbon volumes may occur should such facies be inadequately represented. However, when present as interbedded units within the reservoir facies, they generally do not have enough lateral continuity to significantly impair hydraulic connectivity of the reservoir.