A necessidade de cuidadores, quer formais quer informais, aumenta à proporção do aumento da população de idosos, uma vez que a instalação de doenças crônicas não transmissíveis e a perda de funcionalidade ampliam-se com o passar dos anos, comprometendo a capacidade do idoso de cuidar de si. A regulamentação da profissão e a qualificação dos cuidadores ainda não estão estabelecidas claramente. A pesquisa objetivou levantar, por meio de busca eletrônica e contatos diretos com as instituições, os cursos oferecidos no estado de São Paulo, tendo em vista a duração, as exigências iniciais aos que pretendem cursá-los, o conteúdo programático explicitado, os docentes envolvidos na proposta e a inclusão ou não de parte prática. Um total de 39 cursos apresentou-se como ativos. Ter 16 anos e ser alfabetizado foram as menores exigências encontradas, mas nem sempre os critérios estavam claramente estabelecidos. O número de horas dos cursos foi, em média, de 64, entretanto variou de quatro a 200. O certificado era fornecido por 71,8%, mesmo que alguns não incluíssem estágio em sua proposta. Quase todos os cursos contavam com um enfermeiro como docente, sendo que vários tinham profissionais provenientes de diversas formações. Os programas, quando obtidos, apresentaram grande diversidade de conteúdos, nem sempre compatíveis com o número de horas proposto. Observa-se, diante de tais resultados, que, a despeito dos esforços para regulamentação da profissão, os cursos de qualificação ainda são muito díspares, oferecendo espaço para que muitos obtenham certificados que não oferecem qualquer garantia de qualificação para o atendimento da população idosa, a qual requer cuidados específicos. Destaca-se que as condições da realidade merecem ser objeto de discussão pelos envolvidos no cuidado com idosos, tanto em espaços acadêmicos como sociais mais amplos.