O presente artigo busca analisar a complexidade dos enterramentos de escravos, entre 1730-1815, na igreja matriz da paróquia rural de Nossa Senhora da Apresentação de Irajá, localizada no recôncavo da Guanabara/Rio de Janeiro. Por meio do estudo de registros paroquiais de óbito, busca demonstrar as desigualdades e as hierarquias existentes no interior do cativeiro expressas na localização e na posição das covas. Os sepultamentos privilegiados se relacionavam às distintas posições que os cativos possuíam nas escravarias de Irajá. Dependendo da pertença a uma irmandade religiosa, da posição que ocupavam no interior do cativeiro e do prestígio social dos senhores, uma seleta fração de escravos obteve funerais diferenciados.