A epilepsia representa um problema de grande escala que afeta a esfera social dos pacientes que dela sofrem. O presente estudo tem como objetivo avaliar a qualidade de vida de pacientes pediátricos com epilepsia e identificar os fatores associados à sua menor qualidade de vida. Foi realizado um estudo transversal, descritivo e analítico em pacientes com diagnóstico clínico e eletroencefalográfico de epilepsia, atendidos no ambulatório do serviço de neuropediatria do Hospital Universitário. Foi aplicado um questionário subdividido em dados da criança, dados dos pais ou cuidador, tipo de epilepsia, tratamento e Escala de Qualidade de Vida para Crianças com Epilepsia (CAVE). As variáveis foram analisadas por meio de estatística descritiva e modelo de regressão múltipla para encontrar preditores de qualidade de vida. Dos 187 pacientes, 68 (36,4%) apresentaram boa qualidade de vida. Não foram observadas diferenças significativas por sexo em nenhum dos itens estudados, nem na pontuação geral do questionário. Ter menos necessidades básicas insatisfeitas (P=<0,0001) e não ter epilepsia refratária foram preditores de melhor qualidade de vida (P=<0,0001). A qualidade de vida relatada pelos pais foi em sua maioria boa ou razoável, ter um maior número de necessidades básicas insatisfeitas e ser classificado como tendo epilepsia de difícil manejo foram preditores de piora na qualidade de vida medida pelo questionário CAVE.