Características epidemiológicas de pacientes com sepse em unidade de terapia intensiva

Abstract

Justificativa e Objetivos: Apesar das novidades relacionadas ao diagnóstico precoce e ao rastreamento microbiano dos casos de sepse, faz-se necessário compreender os aspectos clínico-epidemiológicos dos serviços de saúde visando definir as especificidades dos pacientes acometidos em Unidades de Terapia Intensiva (UTI). Nesse contexto, objetiva-se descrever as características epidemiológicas de pacientes com sepse em UTI. Métodos: Trata-se de uma pesquisa exploratória-descritiva, retrospectiva, documental, com abordagem quantitativa, realizada entre maio e julho de 2018, em hospital de ensino da Zona Norte do Estado do Ceará. Utilizou-se como fonte de dados os prontuários de pacientes que apresentaram sepse nas UTI do referido hospital, alcançando-se uma amostra de 62 prontuários para análise. Os dados coletados foram armazenados nos programas Microsoft Excel e Origin Lab 8 para posterior construção de gráficos e tabelas para análise das informações. Resultados: Os casos tiveram predominância em indivíduos do sexo masculino, residentes em municípios interioranos circunvizinhos e adultos jovens com idade entre 19 e 39 anos. O traumatismo cranioencefálico e o politraumatismo foram os diagnósticos iniciais que prevaleceram. As bactérias grampositivas tiveram maior prevalência, superando os bacilos gram-negativos e os fungos. Os antimicrobianos mais utilizados foram Cefepime e Vancomicina. As evoluções das infecções estiveram associadas a fatores como: estado de saúde dos pacientes; utilização de dispositivos invasivos e longo período de internação. Conclusão: As informações obtidas nesta pesquisa indicam que os dados epidemiológicos desempenham papel crucial no que diz respeito à aplicação de novos recursos, tecnologias e tratamentos. Tais conhecimentos permitirão desenvolver estratégias e condutas direcionadas à qualidade na assistência intensiva.

Avaliação de pacientes críticos com suspeita de sepse em um hospital universitário

“…Foi possível observar que a maioria dos pacientes eram idosos, do sexo feminino como também observado em outros estudos (Melo et al, 2019& Costa et al, 2019. O tempo de permanência hospitalar causada pela sepse gera forte impacto na evolução clínica do paciente e representa maiores custos para os serviços de saúde (Melo et al, 2019).…”

Sepse em Unidade de Terapia Intensiva: Fatores Predisponentes e a Atuação Preventiva do Enfermeiro / Sepse in Intensive Care Unit: Predisponent Factors and Preventive Nursing Acting

“…Segundo Costa et al (2019), a população com mais 60 anos é mais suscetível ao desenvolvimento de sepse, pois nesta faixa etária há uma maior vulnerabilidade a adquirir infecções devido ao sistema imune deprimido. A pesquisa de Barros, Maia e Monteiro, se mostrou mais abrangente nessa abordagem, onde diz que "pacientes idosos são mais suscetíveis à sepse, devido à alteração na imunidade adquirida, assim como da imunidade inata, como diminuição da fagocitose e quimiotaxia de polimorfonucleares, e redução na atividade de células natural Killer (NK)" (BARROS; MAIA; MONTEIRO, 2016, p. 393).…”

“…Em relação ao gênero, de acordo com os estudos analisados, é notório que a população masculina está mais presente entre os casos de sepse em UTIs. Costa et al (2019) diz que tal fato está relacionado aos hábitos que propiciam maior risco a vida e ao seu estilo de vida, além da baixa adesão à medicina preventiva e a maior frequência de envolvimento em acidentes automobilísticos, dessa forma o público é responsável pela maior freqüência das admissões em UTIs. Todavia esse estudo citado foi realizado em uma UTI de um hospital referência em traumatologia, onde é comprovado que o público de prevalência nesse tipo de serviço já é o masculino, além disso a amostra de pesquisa é relativamente pequena, dessa forma não esclarece a relação da sepse com o gênero masculino.…”

“…Nessa perspectiva, quanto mais tempo o paciente permanece internado em uma UTI, maior é a chance de desenvolver uma infecção, quando este tempo é superior a 72 horas, a chance de o paciente evoluir com sepse é maior, além disso também facilita na disseminação de múltiplas infecções na UTI. Além disso, a realização de procedimentos invasivos em pacientes internados em UTI também possui ligeira associação com o maior número de infecções graves (COSTA et al, 2019).…”

“…Orguim e Tertuliano (2019) e Luz Filho, Marinho e Santos (2018), também trás essas mesmas patologias como as mais prevalentes entre pacientes sépticos. Luz Filho, Marinho e Santos (2018) ainda ressalta que, tal fator também contribui para que pacientes com sepse não complicada evoluam para o quadro de choque séptico, elevando o risco de morte.No que se refere ao tempo prolongado de internação na UTI,Costa et al (2019) diz que quanto mais tempo o paciente permanecer na UTI, maior é a chance de desenvolver uma infecção, quando este tempo é superior a 72 horas, a chance de isso aconteça se torna maior. E segundoBarros, Maia e Monteiro (2016, p.393), o aumento no tempo médio de permanência na UTI é um dos principais fatores de risco aos pacientes, tanto para o desenvolvimento de infecções nasocomiais como para o agravamento da infecção.…”