A região sul do estado de Minas Gerais é tradicionalmente produtora de vinhos de mesa elaborados a partir das variedades de uva Bordô ou Folha de Figo, Jacquez e Niágara, no entanto, nos últimos anos, essa tradição vem sendo esquecida, sendo extintos alguns dos parreirais e vinícolas. O atual estado da arte dos vinhos da região, diagnosticado mediante análises físico-químicas, precisa ser conhecido para o entendimento da qualidade das bebidas e da observância de uma eventual identidade dos produtos locais, que pode contribuir para a obtenção de um selo de indicação de origem e o fortalecimento da tradição vinícola da região. Para tanto, foram coletas 30 amostras de vinhos da região que foram submetidos às análises de pH, acidez total titulável, acidez volátil, acidez fixa, etanol, dióxido de enxofre livre, dióxido de enxofre total, sulfatos, extrato seco, cinzas, compostos fenólicos, antocianinas, glicose, glicerol, taninos, açúcares redutores, açúcares redutores totais, intensidade de cor e tonalidade. Os resultados demostraram que existe uma grande diferença na composição dos vinhos analisados, dada a grande variabilidade das amostras, com vinhos produzidos a partir de diferentes uvas. Duas amostras apresentaram valores de etanol fora dos limites estabelecidos pela legislação brasileira. Três amostras apresentaram valores de acidez total acima do permitido e sete apresentaram valores de acidez volátil acima do limite máximo estabelecido por lei. Os parâmetros de intensidade de cor e tonalidade, únicas características sensoriais analisadas, apresentaram grande variabilidade dos valores, acentuando a falta de padronização das bebidas analisadas. Os resultados apontam que, para obtenção de um selo de identidade geográfica, existe a necessidade de adequação de alguns aspectos de produção.