O uso de dióxido de carbono em procedimentos endovasculares é uma opção viável aos contrastes derivados do iodo, uma vez que o CO2 é subproduto de processos fisiológicos do corpo humano, reduzindo assim a preocupação com processos alérgicos e possíveis complicações renais induzidas por contraste, proporcionando uma alternativa para pacientes que possuam funções renais reduzidas e que possuam doença renal crônica. Ao revisar o uso de gás carbônico como alternativa para a prevenção de nefropatias induzidas por contraste iodado, notou-se a eficácia do CO2 em distintas possibilidades, como a identificação de sangramentos ativos na angiografia, diagnóstico e manejo endovasculares da doença arterial renal oclusiva, implante de filtro em veia cava inferior. Outra vantagem foi a menor ocorrência de isquemia medular renal e a menor incidência de nefropatias induzidas por contraste quando comparado ao contraste iodado. Atualmente, o melhor padrão de obtenção das imagens usando esse meio de contraste é por meio do uso da subtração digital de imagens. Essa técnica proporcionou uma alternativa viável e segura para aqueles pacientes que possuem contraindicações ao uso do contraste iodado. O CO2 é seguro e eficaz apesar de sua administração mais complexa que os contrastes tradicionalmente usados na obtenção de imagens endovasculares. Entretanto, tendo em vista suas limitações e contraindicações, não deve ser manejado em regiões supradiafragmáticas, devido a ocorrência de ateroembolismo aéreo e fenômeno de vapor lock, uma obstrução que ocorre devido ao alto influxo de gás carbônico no vaso, corroborando a importância de um protocolo restrito e uma técnica apurada para realizar essa técnica de visualização.