355Pesq. Vet. Bras. 31(4): 355-361, abril 2011 RESUMO.-Avaliou-se o eletrocardiograma de 100 equinos sadios praticantes de hipismo clássico modalidade salto, com idades entre 4 e 19 anos, sendo 61 machos e 39 fême-as, com média de 516,3 kg. Observou-se frequência cardí-aca média de 40,20 ±13,33 bpm, sendo o ritmo cardíaco mais freqüente o sinusal (56%). As alterações de ritmo cardíaco estiveram presentes em 38% dos animais estudados, sendo a mais presente o marcapasso migratório (22%), seguido de bloqueio atrioventricular de 2º grau (4%), bloqueio atrioventricular de 1º grau (3%), contração ventricular prematura (2%), contração atrial prematura (1%). Não se observou correlação entre as variáveis estudadas (freqüên-cia cardíaca, ritmo e arritmias) e a capacidade atlética, a idade e o sexo. O escore cardíaco após analise estatística não diferiu entre os grupos quanto ao desempenho atlético, a faixa etária e o sexo. O escore cardíaco, nesta amostra, não se mostrou um parâmetro confiável para se predizer o futuro atlético ou o nível de treinamento do eqüino. TERMOS DE INDEXAÇÃO: Eletrocardiografia, escore cardía-co, equinos.
INTRODUÇÃOA cardiologia veterinária vem assumindo grande importân-cia no universo da medicina esportiva principalmente em eqüinos, não só pela detecção das alterações cardíacas e tratamentos adequados, mas também por estabelecer prognósticos tanto na vida atlética como na sobrevida, racionalizando a campanha atlética ou a atividade a que se destina o animal. Porém, o uso da eletrocardiografia ainda desperta dúvidas, pois a orientação, amplitude e duração das ondas do ECG dependem de vários fatores, incluindo idade do animal, raça, sexo, derivação examinada e até mesmo condicionamento físico, e ainda, a falta de dados específicos para cada raça ou esporte (Reef 1992).O eletrocardiograma é o método diagnóstico mais adequado para a confirmação dessas arritmias (Belgrave 1990 The electrocardiographic study was made in 100 healthy showjumping horses, with ages between 4 and 19 year-old, being 61 males and 39 females, with mean bodyweight of 516.3 kg. A mean heart rate of 40.20 ± 13.33 bpm was observed, and the most common cardiac rhythm was sinus rhythm (56%). Alterations in cardiac rhythm were observed in 38% of the animals, as wandering pacemaker (22%), second degree atrioventricular block (4%), first degree atrioventricular block (3%), ventricular premature contraction (2%), atrial premature contraction (1%). There was no relationship between the variables (heart rate, rhythm and arrhythmias) and the athletic performance, age and sex. The heart score data obtained after statistical analysis were not different concerning the athletic performance, age or sex. Therefore, heart score, in this sample, did not appear to be a confident parameter to predict the athletic future or the training level of the individual horse.