Entendendo o mercado de trabalho e a carreira como campos de interação de diferentes opressões, esta pesquisa teve por objetivo analisar como os níveis de saúde mental das mulheres negras impactam o desenvolvimento de suas carreiras. Participaram dessa pesquisa 235 mulheres, sendo 65,5% auto declaradas pretas e 34,5% como parda, 57,9% atuando no mercado formal e maioria na região nordeste (61,1%). As participantes responderam de forma online à Escala de Adaptabilidade de Carreira, Escala de Autoestima de Rosemberg, Escala de Positividade e um questionário demográfico. Os resultados indicam correlações significativas entre os fatores da adaptabilidade de carreira e da autoestima e positividade, e da discriminação com a autoestima e a positividade. A análise de diferenças de médias trouxe que quanto mais satisfeitas com a carreira, maiores os níveis de adaptabilidade, positividade e autoestima e menor a percepção da discriminação. Dessa forma, conclui-se que o papel da raça e da saúde mental devem ser reconhecidos na construção de carreira de mulheres negras.