Administraçáão mirim em condomínio: análise de uma experiência participativa com crianças. Rev. Bras. Cresc. Desenv. Hum., São Paulo, 11(1), 2001.Resumo: A participação social é essencial para o processo de Promoção da Saúde, e deve ser incentivado desde a infância. O objetivo deste trabalho é apresentar uma análise retrospectiva da experiência de uma Administração Mirim em um Condomínio Residencial, com destaque para os seus fatores intervenientes, suas possibilidades e seus limites. Tal experiência foi uma tentativa de incentivar crianças a participarem de forma ativa e responsável nas questões, decisões e assuntos do edificio que fossem de seus interesses e necessidades. A análise demonstra que a Administração Mirim favoreceu o desenvolvimento individual e coletivo das crianças, que se envolveram de forma participativa em outros eventos e assuntos do edifício, apresentando idéias e buscando solucionar problemas. A análise possibilitou identificar aspectos importantes a serem observados em futuras propostas de Administrações Mirins, como uma contribuição para incentivar a participação social ativa e real, de crianças e adolescentes, em diversos espaços de conví-vio social.Palavras-chave: participação social; cidadania; educação popular.
INTRODUÇÃOA participação social ativa e real vem sendo considerada como essencial para o processo de Promoção da Saúde, como pode ser constatado na análise do conteúdo das declarações finais das diversas conferências mundiais sobre Promoção da Saúde (MINISTÉRIO DA SAUDE, 2001). À participação, aliam-se as necessidades de acesso à educação, direito de expressão e de compromisso e responsabilidade social para a tomada de decisões e de ações em saúde, dentre outras que favoreçam às pessoas o controle sobre os determinantes da saúde.Neste trabalho, acredita-se que a capacidade participativa real dos cidadãos de uma sociedade deve ser incentivado e construída desde a infância, a partir das oportunidades cotidianas. Tais oportunidades não devem ser compreendidas unicamente nas relações entre Estado e sociedade civil, mas encontram-se também nas relações sociais cotidianas, nas normas, regras e leis que regem tais relações, nos costumes, nos conflitos e nas estratégias para reconhecer necessidades, identificar problemas, buscar soluções e tomar decisões, tendo em vista o equilíbrio e envolvimento com os interesses coletivos da sociedade.Rev. Bras.