O objetivo deste texto é discutir a relação currículo, surdez e diferença em uma perspectiva pós-estruturalista e pós-colonialista. A metodologia se constrói a partir da argumentação em defesa da diferença que está para além dos cálculos normativos, o que comumente se busca marginalizar e obliterar. O enfoque não está nas prescrições, mas na abertura de sentido na qual reconhecemos e assumimos o sujeito como descentrado e a cultura enquanto prática ambivalente entremeada a discursos e poder. Neste sentido, enfatizamos como resultado o currículo como uma política cultural. O processo educativo é, então, tanto impossível quanto necessário. Impossível pela dependência das estruturas comunicativas que operam com identidades imaginadas, mas que nunca se encerram enquanto tais. Necessário em virtude do debate em torno de rastros de sentido coletivos, sociais e políticos que põem em curso a escolarização. Sendo a educação um processo intersubjetivo a partir do qual nos constituímos sujeitos na relação com o outro, a relação da escola com sujeitos surdos tem se dado predominantemente sob as amarras colonialistas e ouvintistas. A partir de nossa análise, conclui-se que a ênfase em resultados e métricas avaliativas acirra as desigualdades e silenciamentos produzidos.