Ambiente de imersão virtual como ferramenta para mudança de paradigma no processo de projeto arquitetônico: da representação à interação Virtual immersive environment as a tool for paradigm shift in architectural design process: from representation to interaction This paper discusses the possibility of a low-cost immersive virtual environment (AIVITS) shifting the paradigm from representation to interaction in architecture design process. It first presents the perspectival paradigm in architecture, initiated in the Renaissance and culminating with the separation between design, building and use, having representation as its main product. Then it discusses the possibility of having representation as a tool, no longer as a paradigm, in a design process based on interaction. It then presents the interface used in the low-cost immersive virtual environment, which instead of representing the final appearance of the building, stimulates people to play with constructive possibilities by means of gestures. Este artigo apresenta a discussão das possibilidades de um ambiente de imersão virtual de baixo custo como ferramenta para mudança de paradigma no processo de projeto de arquitetura. Inicialmente discute-se o paradigma perspectívico, iniciado no Renascimento, introduzindo a representação como processo de projeto da arquitetura. Segundo Baltazar (2012) o paradigma perspectívico é reforçado ao longo dos séculos culminando com a consagração da separação entre projeto e construção pelo arquiteto Jean-Laurent Legeay (1710-1786), que "preconizava a virtuosidade de uma ideia sobre seu potencial construtivo ... implicitamente sugerindo que o conhecimento de construção não seria responsabilidade do arquiteto" (Pérez-Gómez & Pelletier, 1997, p.220-221). Assim, o arquiteto passa a projetar um desenho que comunica a forma final do edifício reduzindo o processo de projeto ao paradigma perspectívico. O Modernismo encampa sem questionamentos tal paradigma e a arquitetura contemporânea também reproduz a representação bi e tridimensional em meios bidimensionais, como a prancheta e a tela do computador, sem muito questionar. Segundo Baltazar (2012) a representação deve ser encarada como ferramenta e não como paradigma na arquitetura, o que implica mudar o foco do processo de projeto da representação para a interação, tanto para simular o processo construtivo quanto para ampliar as possibilidades de uso dos espaços. Tal processo pautado na interação e não na representação encontra um campo fértil para seu desenvolvimento nos ditos ambientes de imersão virtual, ainda que esse não seja ainda o foco da grande maioria das pesquisas na arquitetura.É comum que a arquitetura tome emprestado tecnologias que não são desenvolvidas especificamente para ela, e as adaptem em seu benefício. Contudo, mesmo usando tais tecnologias, os ambientes de imersão criados apenas reproduzem o paradigma perspectívico, focando principalmente na visualização de modelos tridimensionais, ou, em alguns casos, em sistemas híbridos nos quais podem ser visualizados tanto...