Células dendríticas e a proteína de choque térmico 60KDA (HSP60): estratégias para imunorregulação do sistema imune murino

Papel da resposta celular antígeno-específica na tolerância operacional

“…Portanto, a análise da resposta celular de linfócitos TCD4+ é relevante e tem despertado crescente interesse da comunidade científica, inclusive pelo potencial valor de monitorar o decréscimo de números de células TCD4+ CMV específicas, em relação à evolução para a doença por CMV (Sester et al, 2001;Widmann, 2008 (Granja et al, 2004;Caldas, 2006) e, em modelos experimentais, participa de mecanismos imunorreguladores, prolongando a sobrevida de aloenxertos (Luna et al, 2007), e mesmo induzindo tolerância de (Pockley et al, 2001) Na TO, a resposta celular ao peptídeo N6 provocou um aumento/indução da produção de IL-4, IL-5, IL-10 e IL-13, sugerindo que este peptídeo possa ter uma contribuição nos mecanismos imunorreguladores em curso na TO, favorecendo a produção dessas citocinas com atividade imunorreguladora. Em trabalhos anteriores do nosso grupo, a produção de IL-4 por PBMC de indivíduos transplantados renais, induzida pela Hsp60, foi associada com a ausência da rejeição, em período mais tardio do transplante, sugerindo que a resposta celular à Hsp60 pode estar envolvida em atividade imunorreguladora no transplante renal humano (Granja et al, 2004 (Martello, 2009) e células dendríticas (DC) (Socorro- Silva, 2007) e no sistema murino, com DC (Volsi, 2008) ou células do baço (Guembes, 2010), e mesmo no contexto do transplante experimental, induzindo aumento de sobrevida do enxerto de pele (Luna et al, 2007).…”

Mapeamento de peptídeos da proteína de choque térmico 60 potencialmente imunorreguladores no modelo murino

“…Isto pode ter, pelo menos em parte, alguma influência na maior amplitude de efeito desses peptídeos na expressão gênica no sistema humano. Não obstante, o efeito imunorregulador de alguns desses peptídeos já foi descrito em modelos animais por nosso grupo (Luna et al, 2007;Volsi, 2008). Nestes modelos, os que mais se destacaram foram os peptídeos p277 e o N7, com produção de citocinas imunorreguladoras (IL-10 e TGFβ), efeito via células dendríticas e em linfócitos T, inibição da proliferação alogeneica e aumento da sobrevida de aloenxertos.…”

“…Isso seria coerente com os achados de maior expressão relativa de IL-10, uma citocina secretada também por Tregs, e com a diminuição de IL-17, uma vez que a IL-35 induz a proliferação de células Treguladoras produtoras de IL-10 e reduz a atividade de células Th17 e consequentemente, a quantidade de IL-17, possivelmente sendo um dos mecanismos de atuação desses peptídeos (Niedbala et al, 2007). Mas, ao analisarmos a expressão relativa de Foxp3, verificamos que ela não aumentou, muito pelo contrário, na (Volsi, 2008). No sistema humano, foi observado que N7 induziu alterações de expressão gênica predominantemente imunorreguladoras em linfócitos T humanos, via a sua ação em células dendríticas imaturas (Socorro-Silva, 2007).…”