Objetivou-se descrever as internações por agrotóxicos registradas a um centro de informação e assistência toxicológica do Noroeste do Paraná, por meio de estudo transversal e retrospectivo, com dados da Relação de Pacientes Internados, do Centro de Controle de Intoxicações do Hospital Universitário Regional de Maringá. Foram identificados 170 indivíduos internados com intoxicação aguda ou crônica por agrotóxicos, nos meses de janeiro de 2016 a dezembro de 2020. Predominou a faixa etária de 15 a 45 anos - 117 casos (68,8%), no entanto foram encontrados 22 casos de crianças (12,9%) e 13 em idosos (7,6%). O sexo masculino representou 104 casos (61,2%). A tentativa de suicido aconteceu em 120 casos (70,6%) e o acidente individual em 41 (24,1%). Os agrotóxicos da classe toxicológica herbicida representaram 59 casos (35%), seguidos dos inseticidas piretróides - 35 (21%) e organofosforados - 25 (15%), mas não foram informados agentes tóxicos em 16 casos (9%). A média de internação hospitalar foi de 2,95% dias e cinco casos (2,9%) foram internados em unidade de terapia intensiva. A taxa de óbito para o total de casos foi de 3,5%, a maioria por suicídio. Os dados destacam a necessidade do desenvolvimento de estratégias preventivas para o enfrentamento da intoxicação por agrotóxicos e elaboração de intervenções para redução do número de internações, minimizando complicações e óbitos.