dinâmica dependência-autonomia em idosos submetidos à amputação de membros inferiores. Rev.latino-am.enfermagem, Ribeirão Preto, v. 5, n. 1, p. 59-64, janeiro 1997.
O presente trabalho tem como objetivo discutir a dinâmica dependência-autonomia no idoso com amputação de membros inferiores, relacionando esta questão com a realização das atividades da vida diária.UNITERMOS: dependência/autonomia, atividades da vida diária, idoso, amputação
INTRODUÇÃOA idade avançada não é razão suficiente para o comprometimento da capacidade funcional. Na realidade, o que ocorre é o aumento da incidência de doenças crônico-degenerativas com o passar da idade. Associada a estas doenças, aparecem as incapacidades físicas no idoso, resultando então no desenvolvimento da dependência e na perda da autonomia.Segundo HOGSTEL & GAUL
17, a autonomia, entendida como um princípio ético, é uma forma de liberdade pessoal baseada no respeito pelas pessoas, no qual os indivíduos têm o direito de determinar seu curso de vida enquanto este direito não infringir a autonomia dos outros. Salientam que, para ser autônomo, o indivíduo deve ser capaz de pensar racionalmente e se autogerenciar; caso contrário, sua capacidade para a tomada de decisões estará comprometida e, portanto, deverá ser realizada por outra pessoa. Contudo, não há um ponto claro tanto eticamente como legalmente sobre em que momento ou quais situações que levem a perda da autonomia e, portanto, a tomada de decisão poderia ser assumida por outra pessoa.A autonomia inclui ainda liberdade de escolha, de ação e autocontrole sobre a vida.Portanto podemos considerar que a autonomia está diretamente relacionada à capacidade do indivíduo em ser dependente ou independente na realização das atividades da vida diária.Entretanto algumas pessoas são capazes de se autogovernarem apenas em algumas áreas da sua vida, necessitando da ajuda de outros para demais áreas.Para os idosos a presença de uma limitação física, seja ela causada por uma doença ou resultante de uma cirurgia mutiladora representa um risco para a sua autonomia, principalmente quando esta limitação gera a dependência na realização das atividades da vida diária.Corroborando com esta questão, temos a ideologia do modelo médico tradicional que tende a comparar a velhice com incapacidade, associando um futuro para o idoso sombrio e inevitável, e transmitindo para este uma atitude fatalista de desânimo e temor frente a uma situação que se define como de decadência inevitável 20 . Com o desenvolvimento da geriatria e da gerontologia e das pesquisas em diferentes áreas, estas têm demonstrado que os idosos têm potencial para enfrentar diferentes situações na vida, como a doença, a reabilitação, a limitação física, entre outras.Isto posto, temos como objetivo deste trabalho discutir algumas questões que envolvem a dinâmica dependência/autonomia no idoso com amputação de membros inferiores.
A DEPENDÊNCIA/AUTONOMIA NO IDOSO COM AMPUTAÇÃO DE MEMBROS INFERIORESA presença de uma incapacidade funcional, determinada por uma amputação de membros in...