INTRODUÇÃORalstonia solanacearum (Smith, 1896) Yabuuchi et al.1995 é o agente causador da murcha bacteriana em mais de 50 espécies botânicas (Hayward, 1994). Está distribuída principalmente em regiões de clima tropical e subtropical, onde prevalecem condições de alta umidade e elevadas temperaturas (Hayward, 1991). Suas complexidades genotípica e fenotípica, e ampla distribuição no mundo levantaram questionamentos em relação à sua evolução em diferentes áreas geográficas, inclusive na Amazônia brasileira (Buddenhagen, 1985). Relatos indicam que é parte da flora microbiana nativa em muitas partes do mundo e a ocorrência de epidemias é conseqüência da introdução
RESUMOFoi avaliada a diversidade de isolados de Ralstonia solanacearum obtidos de tomateiro e de outras hospedeiras com sintomas de murcha bacteriana na região amazônica. Os isolados foram identificados quanto à biovar e separados em graus de virulência em plantas de tomate, pimentão e chicória da Amazônia (Eryngium foetidum). Dos 70 isolados, 53 pertenciam à biovar 1, quatro à biovar N2 e 13 à biovar 3, confirmando a predominância da biovar 1 em tomateiro no Estado do Amazonas. O agrupamento dos isolados mostrou três classes distintas de virulência em tomate, sendo 44,3% dos isolados altamente virulentos, 37,1% medianamente virulentos e 18,6% fracamente virulentos. O agrupamento em pimentão classificou 20% de isolados como altamente virulentos, 27,1% como medianamente virulentos e 52,9% como fracamente virulentos. Quando inoculados em chicória da Amazônia, somente o isolado de chicória provocou murcha nesta hospedeira, sugerindo uma especificidade pouco comum para R. solanacearum. Na caracterização molecular, 46 isolados de tomateiro e 18 de outras 10 hospedeiras, coletados em áreas de terra-firme e de várzea, foram comparados por BOX-PCR. Os perfis genômicos revelaram alto grau de polimorfismo entre os isolados, divididos em cinco grupos, sem correlação entre hospedeira de origem, biovar, ecossistema ou local de coleta. O isolado de chicória da Amazônia foi o mais divergente, com apenas 6,4% de similaridade em relação aos demais. Os isolados de tomateiro estavam representados em três grupos. Os quatro isolados de tomateiro da biovar N2 formaram um agrupamento distinto dos isolados das demais biovares presentes na Amazônia.Palavras-chave adicionais: murcha bacteriana, Lycopersicon esculentum, seqüências repetitivas, rep-PCR.
ABSTRACT Pathogenic and molecular diversity of Ralstonia solanacearum isolates from the Brazilian AmazonThe diversity among 70 isolates of Ralstonia solanacearum collected from tomato and other hosts in the Brazilian Amazon was evaluated. Firstly, the isolates were identified at the biovar level and their virulence assessed by inoculating seedlings of tomato, sweet pepper and Amazon chicory (Eryngium foetidum). Fifty-three isolates were identified as biovar 1, four as biovar N2 and 13 as biovar 3, therefore confirming the prevalence of biovar 1 associated with tomato in the North Region of Brazil. Cluster analysis of the isolates...