RESUMONeste trabalho avaliou-se a capacidade de remoção do corante Castanho KROM utilizando-se o resíduo de vinícola como biossorvente. Os testes realizados foram conduzidos em sistema batelada sob agitação constante, temperatura e pH controlados. Os testes preliminares indicaram que as condições operacionais de pH 2,0, granulometria intermediária e temperatura de 25°C, favorecem o processo de biossorção do corante, sendo estas condições utilizadas para obtenção dos dados cinéticos e de equilíbrio de adsorção. O tempo de equilíbrio determinado foi de aproximadamente 12 h, sendo o modelo cinético de pseudoprimeira ordem o que melhor representou os dados experimentais. Os dados de equilíbrio de adsorção sugerem um processo em monocamadas, seguindo o modelo de Langmuir, com capacidade máxima de biossorção de 182,2 ± 2,8 mg g -1 . Com base nos resultados obtidos, verificou-se que o bagaço de uva apresenta potencial de utilização como biossorvente em sistemas de tratamento de efluentes contendo corantes.
INTRODUÇÃOSegmentos industriais voltados para o tingimento têxtil, de papel e couro caracterizam-se pelo grande consumo de água no processo produtivo, e consequente geração de resíduos líquidos que requerem devido tratamento (YU et al., 2015). Atualmente, grande esforço tem sido realizado na busca por uma produção ambientalmente correta, motivando-se a minimização da geração de resíduos prejudiciais ao meio ambiente. Os efluentes gerados por essas indústrias trazem grande preocupação ambiental, pois em consequência das perdas durante a produção, podem conter propriedades que prejudicam a fauna e a flora quando não tratados e descartados corretamente (MÓDENES et al., 2011; FIORENTIN et al., 2010).Dentre os compostos orgânicos utilizados na indústria, os corantes sintéticos são uma importante classe de agentes, uma vez que a presença dessas substâncias nos corpos hídricos dificulta a penetração da luz, e consequentemente afetam grande parte da atividade fotossintética e desenvolvimento de organismos aquáticos (ANASTOPOULOS e KYZAS, 2014; BAKHEET et al., 2013). Os corantes podem ser ainda nocivos à saúde humana, uma vez que possuem propriedades cancerígenas e tóxicas, que podem causar alergia, dermatite, a irritação da pele (MÓDENES et al., 2013). Aproximadamente 60% dos corantes utilizados em processos industriais correspondem ao grupo do azo, que caracterizam-se pela presença de um ou mais agrupamentos -N=N-ligados a anéis aromáticos (KUNZ et al., 2002).