ResumoPara descrever a distribuição temporal e espacial da Chikungunya, no estado do Espírito Santo, foi realizado um estudo descritivo e ecológico, entre 2014 e 2017. Foram analisadas as notificações do SINAN -Sistema de Informação de Agravos de Notificação, organizadas pelo programa Excel e analisadas pelo programa SPSS e o software ArcGIS para construir os mapas. Registrou-se um aumento progressivo dos casos desde 2015, com a incidência em 2017 (12,8/100mil habitantes) dobrando em relação a 2016 (6,3/100mil habitantes). Dos pacientes confirmados, 392 (66,9%) foram mulheres e 194 (33,1%) homens. A cor parda foi a mais frequente e 15% da população tinha escolaridade de ensino médio completo. A faixa etária de 41 a 60 anos foi a mais acometida. Os sinais e sintomas mais comuns foram: febre (85,5%), artralgia (79,7%), mialgia (78,3%), cefaléia (67,4%). Cerca de 16,4% da população descrevia alguma comorbidade. Foram confirmados 288 (49,1%) por exames laboratoriais. O caráter epidêmico da Chikungunya com elevada taxa de morbidade associada à artralgia persistente, tendo como consequência a redução da produtividade e da qualidade de vida, apontam a necessidade dos serviços de saúde se organizarem para o melhor enfrentamento da doença e disponibilizar um atendimento adequado, multiprofissional e ofertado na atenção primária de saúde.
AbstractIn order to describe the temporal and spatial distribution of Chikungunya in Espírito Santo, it was made an observational study between 2014 and 2017. We analyzed the notifications in SINAN and organized it at the Excel program. Then, the data were analyzed by SPSS and Arc-GIS software to construct the maps. A progressive rise in the numbers of cases was registered since 2015, and the incidence in 2017 (12,8/100.000 habitants) doubled in relation to 2016 (6,3/100.000 habitants). From the confirmed patients, 392 (66,9%) were women and 194 (33,1%) were men. The brown-skinned people and those between 41-60 year-old were the most affected and 15% of the population had high-school level of education. The most common signs and symptoms were: fever (85,5%), arthralgias (79,7%), myalgias (78,3%), headache (67,4%). Approximately 16,4% of the population informed any comorbidity. 288 cases (49,1%) were confirmed by laboratory. The epidemic profile of Chikungunya, with high morbidity rates, associated to persistent arthralgias, resulting in productivity reduction and quality of life, suggest the urgent need of better organization of the health services to face the disease and provide an appropriate and multiprofessional service in public health departments.