O objetivo deste artigo é apresentar a Organização para a Cooperação de Shangai (SCO), sua história e evolução. Além de analisar as questões relativas ao alargamento da Organização, e com base na contribuição teórica de Susan Strange, a partir de suas estruturas de poder, busca-se avaliar, em particular, os papéis preponderantes exercidos pela China e pela Rússia nessa Organização. A hipótese defendida é que a SCO é parte de um leque de ações que a China vem realizando para consolidar sua liderança na Ásia. A SCO é fruto de um acordo estabelecido em 1996, quando Cazaquistão, China, Quirquistão, Rússia e Tajiquistão fundaramos Cinco de Shangai, e foi criada em 2001, com a entrada do Uzbequistão, agregando, em 2017, a Índia e o Paquistão. A princípio, e primordialmente, a Organização tinha por foco questões de segurança, visando o que chamavam de “três males”: terrorismo, separatismo e extremismo. Atualmente, a Organização ampliou suas preocupações para questões econômicas e de infraestrutura. Finalmente, o artigo discute a relação entre a SCO e o projeto One Belt One Road, que insinua a projeção chinesa na região da Eurásia.