“…(Douglas 1966:58) Dessa forma, ao contrário de um grande número de tradições religiosas, como o judaísmo, o islamismo e as tradições africanas, o cristianismo -mais precisamente na sua expressão protestante -renuncia aos tabus alimentares e encara a alimentação como uma questão de moralidade (para quem tem fome) ou procura por sacrifí-5 A explicação de Tábita sobre o jejum parece se associar à interpretação de Mauss & Hubert (2005) A alimentação se torna questão de ética e um simbolismo da comensalidade (santa ceia). Muitos textos sobre cristianismo e comida discutem a eucaristia; no texto aqui proposto, o jejum encontra sua postulação no caminho ético de resolver a questão sobre alimentar o corpo mesmo que em relação com o divino (Patterson & Banks 2013). Patterson & Banks (2013), em revisão de literatura sobre a temática cristianismo e comida, destaca três vertentes de abordagens: a abordagem sociocultural, na qual as relações mediadas pela comida em grupos cristãos; a abordagem sobre a religião vivida, que, com base etnográfica, vai versar sobre os rituais cristãos de comensalidade; a abordagem feminista e libertária, que, adotando os estudos feministas, se ampara nos estudos sobre os cuidados e seleção da alimentação.…”